Espionar até que pode. Não pode é roubar. - Fatorrrh - Ricardo Rosado de Holanda
FatorRRHFatorRRH — por Ricardo Rosado

12/02/2019 11:31

Espionar até que pode. Não pode é roubar.

Sempre entendi, que pela natureza do trabalho, os serviços de inteligência no mundo inteiro, diretamente subordinados aos países e aos governos, exerciam suas atividades de forma discreta, silenciosa e, como o próprio nome diz, com inteligência.

Sempre entendi que,  pela natureza do trabalho, os serviços de inteligência no mundo inteiro, diretamente subordinados aos países, aos governos ou agências especiais,  exerciam suas atividades de forma discreta, silenciosa e, como o próprio nome diz, com inteligência.

Sempre foi assim nos filmes, na literatura, na história das nações, na vida real.

Nem precisa ser Sean Cornnery em Goldfinger para perceber que o espião capricha na missão. Ao ponto de sair de uma roupa de mergulho a bordo de um smoking perfeito, só pra não melar a estratégia.

Quando um trabalho desastrado, por erro dos profissionais envolvidos na ação, vazava e vinha ao conhecimento público, virava escândalo.

Pois aqui no Brasil o negócio funciona ao contrário.

O Serviço de Inteligência brasileiro, a tal da ABIN,  anuncia pelo seu porta voz oficial, um general 4 estrelas, que vai espionar a Igreja Católica.

Não por tratar-se da Igreja.

Se por acaso estiver cometendo atos ilícitos e que prejudiquem o país, deve mesmo ser vigiada de perto.

Se estiver tão somente discordando do que pensa o Governo, formulando diferente, entendendo o país a partir de um outro discurso, não merece ser vigiada e muito menos que vire manchete de jornais.

As  próprias religiões estabelecem seus discursos, seus dogmas e suas crenças.

Dali não se afastam.

Sejam espionadas ou não.

Acredito que se os Governos cumprem seus compromissos, realizam suas ações em benefício da população, livram o país das mazelas dos últimos tempos, promovem as reformas necessárias e com elas viabilizem emprego, renda e bem estar, as igrejas podem se esgoelar nos púlpitos.

O povo vai preferir o emprego e a grana no bolso do que a oração na cabeça.

Muitos dos templos hoje juntam multidões de desesperados.

Porém, se o Governo é a negação do que pregou na eleição, os discursos de oposição, não necessariamente da política partidária, se fortalecem.

Portanto, espionar igrejas não é nada de novo.

Nos tempos da Teologia da Libertação, que conviveu ao lado do regime militar, não era difícil saber que padre tal e bispo qual, eram vigiados.

O novo é anunciar que vai fazer e ainda se queixar ao Governo italiano, que por sua vez tem a tarefa de dar um carão no Vaticano.

Como diria aquele filósofo baiano, o Olodum endoidou de vez.

Não acho porém que dizer que vai observar mais de perto o que andam dizendo os padres e pastores, o que andam combinando no breu das tocas, sussurrando nos becos, não é motivo de “expor o país ao ridículo internacional” como estão pregando setores da oposição política.

Expor o país ao ridículo internacional é roubar, dilapidar, destruir a nação, desempregar 13 milhões de trabalhadores, permitir o maior assalto aos cofres públicos de toda a história da humanidade.

Expor ao ridículo é assistir repetidas tragédias atoladas na impunidade dos responsáveis.

Enquanto não se resolvem estes males nativos só todos os deuses reunidos em convenção celestial para salvar o Brasil.

Ricardo Rosado de Holanda
Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista