Economia 22/09/2025 14:31
Especialista em marketing e gerontologia fala do poder da economia prateada
O mercado 50 movimenta no Brasil algo em torno de R$ 1,8 trilhão por ano e boa parte das empresas ainda não se preparou para atender a esse público.
O alerta é da especialista em marketing e gerontologia Bete Marin. Em conversa com as jornalistas Carmen Souza e Sibele Negromonte, Bete indica áreas promissoras para empreender e explica como profissionais de diferentes ramos e perfis podem explorar esse novo mercado.
Confira trechos da entrevista ao décimo episódio do podEnvelhecer.
Esse foi um termo cunhado pela Universidade Oxford, que decidiu medir o consumo do público 50+, que é quando você começa a ser impactado pelo envelhecimento. A soma de tudo que é consumido pelo público 50+ foi calculado, e é a terceira maior economia do mundo. No Brasil, gira em torno de R$ 1,8 trilhão. Se a gente for comparar com o nosso PIB, que gira em torno de R$ 10 trilhões, vê que é uma direção atual importante. Se a gente olhar para como o público 50+ está sendo atendido por esse mercado, chega à conclusão de que tem muita coisa para fazer, porque, no geral, as pessoas 50+ não estão satisfeitas com as empresas, com as marcas, com os produtos.
E quais são os maiores desafios?
A população brasileira envelheceu muito rápido. Para mim, o principal desafio é essa consciência de que nós envelhecemos e de que não somos mais o modelo de maturidade que tínhamos dos nossos avós, dos nossos pais. Essa mudança de chave, para quem está trabalhando no setor, é o nosso maior desafio. Foi tão rápido que não deu tempo de a população entender essa mudança demográfica. E mais do que isso: estudar esses novos maduros. Hoje, a gente tem a geração baby boomer madura. Quando você vai a um show de rock, uma boa parte é de cabeça prateada. Nós adoramos estar interagindo entre as faixas etárias. Então, o maior desafio é perceber que isso aconteceu, que a gente só teve 20 anos só para se adaptar a essa mudança demográfica, enquanto outros países, como a França, demoraram 100 anos.
Do ponto de vista do negócio, como isso funciona na prática?
Um exemplo é um lugar onde a cadeira é extremamente desconfortável ou insegura e você entende que aquele público representa 80% do seu negócio. Você não vai pensar em oferecer uma cadeira mais segura e confortável para essa pessoa? É muito simples isso. Não é marcar: aqui é para 60+, ninguém quer isso. É inclusão, você incluir quem antes estava fora desse mercados. As empresas deveriam te ajudar a se adaptar, já que elas querem te vender.
Como Brasília tem se adaptado a isso?
Brasília nos atraiu mais por conta dos empreendimentos imobiliários, acho que é uma característica da cidade, que está sempre se movimentando e repensando o morar. A gente já foi chamada para atuar junto a pessoas que estão envelhecendo em grandes casas, onde viviam grandes famílias, e que não foram desenhadas para a longevidade. Elas estão pensando em mudar para algo que promova tudo o que elas apreciam, mas que agregue segurança, acessibilidade, facilidade, praticidade para o dia a dia.
Isso abre possibilidades para empreendimentos diversos…
Você tem, na indústria moveleira, itens que podem ser adaptados, como a iluminação inteligente. E um eletricista pode ter um olhar sensível a isso, ter esses produtos e vender para essas pessoas. A pessoa que vai instalar uma persiana, vê que o sofá é muito baixo e conhece um terapeuta ocupacional, ela pode falar que é importante ter esse profissional ali para dar uma olhada.
O que a gente tem para aprender com os países que já passaram pelo processo de envelhecimento e fizeram essas adaptações no mercado?
Não queremos ser segregados. A França já tentou isso, o Japão já tentou, criou uma cidade em que ninguém quer ir porque as pessoas vão envelhecendo só elas com elas mesmas, e vão morrendo. Ninguém quer isso. Os investidores têm que olhar para isso, a gente tem que entender isso. Ninguém quer ser um gueto, ficar num gueto. E isso vale para todo tipo de negócio
Se alguém lhe perguntasse qual a área mais promissora para investir, qual você indicaria?
Prevenção e bem-estar. É o que todo mundo quer.
Descrição Jornalista
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