Empresa de esposa de ex-procurador do INSS recebeu R$ 11,9 milhões do “Careca do INSS”, aponta PF - Fatorrrh - Ricardo Rosado de Holanda
FatorRRHFatorRRH — por Ricardo Rosado

Corrupção 17/11/2025 11:18

Empresa de esposa de ex-procurador do INSS recebeu R$ 11,9 milhões do “Careca do INSS”, aponta PF

Empresa de esposa de ex-procurador do INSS recebeu R$ 11,9 milhões do “Careca do INSS”, aponta PF

O ex-procurador-geral do Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, e sua esposa, a médica e empresária Thaísa Hoffmann Jonasson, foram presos na quinta-feira (13) durante operação da  que apura fraudes envolvendo descontos ilegais aplicados a aposentados e pensionistas.

A PF afirma que Oliveira Filho produziu pareceres que permitiram a continuidade dos descontos associativos irregulares e que seu patrimônio aumentou de forma incompatível, alcançando R$ 18,3 milhões.

Entre os bens incorporados à família estaria um Porsche, que pertencia a um lobista e foi registrado em nome de sua esposa.

STF concede domiciliar para Thaísa

Apesar da prisão do casal, o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, determinou neste sábado (15) que Thaísa cumpra prisão domiciliar, considerando que ela é responsável pelos cuidados do filho de um ano, que estava sob supervisão da avó idosa.

Empresas de Thaísa receberam R$ 11,9 milhões, diz PF

De acordo com o inquérito, empresas controladas por Thaísa teriam recebido R$ 11,9 milhões de companhias ligadas ao lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. A Polícia Federal descreve esses repasses como propina relacionada à atuação do ex-procurador dentro do INSS.

Durante depoimento à CPMI do INSS, Thaísa declarou que os valores eram referentes à prestação de “pareceres médicos”.

Trajetória de Oliveira Filho e atuação no esquema

Oliveira Filho assumiu o cargo de procurador-geral do INSS pela primeira vez em 2020, permanecendo até 2022. Depois, migrou para o  e  como consultor jurídico. Já no governo Luiz Inácio  da Silva, retornou ao posto em setembro de 2023.

PF aponta atuação para impedir bloqueio de descontos a aposentados

A Polícia Federal também afirma que, quando o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou o bloqueio dos descontos irregulares, Oliveira Filho atuou formalmente para evitar a suspensão.

Ele justificou que a medida poderia gerar filas e dificuldades adicionais para “idosos e pessoas de baixa instrução” nas agências do INSS — argumento considerado pela PF como parte da estratégia para manter o esquema em funcionamento.

Deu em Contra Fatos
Ricardo Rosado de Holanda
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