Em 100 dias os Governos estaduais parcelam salários e param obras - Fatorrrh - Ricardo Rosado de Holanda
FatorRRHFatorRRH — por Ricardo Rosado

12/04/2019 09:24

Em 100 dias os Governos estaduais parcelam salários e param obras

O servidor gaúcho recebeu neste mês o salário que deveria ter sido pago em março, o 40º atraso seguido do estado. Os alunos goianos estão com professores da rede estadual em greve. Para os potiguares, novas obras estaduais só ocorrerão se a verba vier do Banco Mundial.

O servidor gaúcho recebeu neste mês o salário que deveria ter sido pago em março, o 40º atraso seguido do estado. Os alunos goianos estão com professores da rede estadual em greve. Para os potiguares, novas obras estaduais só ocorrerão se a verba vier do Banco Mundial.

Cem dias após a posse, governadores de estados em grave crise fiscal e em calamidade financeira ainda parcelam salários, renegociam com fornecedores, tentam cortar custos básicos, como energia e telefone, e buscam apoio para vender estatais.

Com déficit estimado em R$ 7 bilhões para 2019, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), ainda parcela salários -desta vez, ao contrário do antecessor José Ivo Sartori (MDB), o servidor recebe um calendário no fim do mês com as datas dos depósitos do mês seguinte.

Leite pagará 15 folhas de salário para 12 meses de exercício fiscal, porque Sartori não terminou de pagar os salários de dezembro e o 13º de 2018.

No total, a nova gestão herdou R$ 15 bilhões em dívidas, com a União e fornecedores.

A saúde é uma das áreas que mais sofrem, com atraso para hospitais e medicamentos.

No primeiro dia de governo, Leite fez uma série de decretos para economizar cerca de R$ 530 milhões, suspendendo concursos e renegociando contratos. O estado também tenta vender 78 imóveis para arrecadar R$ 22,7 milhões.

Sem privatizar o Banrisul, o estado tenta aderir ao Regime de Recuperação Fiscal -programa federal de socorro aos estados.

O governador oferece à União três companhias: de energia elétrica, de gás e de mineração. Porém, quer privatizar sem consultar a população em plebiscito, como determina a lei. Leite pretende excluir a obrigatoriedade com ajuda da Assembleia.

Para aumentar a arrecadação por meio da emissão da Nota Fiscal Gaúcha, o governo lançou um aplicativo para o consumidor controlar variação de preços.

Em Porto Alegre, o preço de meio quilo de lentilha pode variar de R$ 2,99 a R$ 11,50, uma diferença de 285%. O app já soma 84,3 mil pesquisas.

No Rio Grande do Norte, para tentar reverter um passivo de R$ 2,6 bilhões, incluindo uma dívida de R$ 950 milhões com o funcionalismo público e de R$ 1,3 bilhão com fornecedores, um plano emergencial está em curso.

Deu no Jornal do Brasil

Ricardo Rosado de Holanda
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