Editorial 22/08/2025 10:28
Editorial do Estadão critica STF por decisões monocráticas: “Isso prostitui a existência da Corte”

Na última segunda-feira (18), o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu de forma individual que ordens judiciais e executivas de governos estrangeiros não têm efeito automático no Brasil.
A decisão, que teria como objetivo proteger o colega Alexandre de Moraes, acabou impactando diretamente vítimas dos desastres de Mariana e Brumadinho (MG), ao enfraquecer mecanismos de responsabilização internacional como a Lei Magnitsky.
A medida, que gerou instabilidade no mercado financeiro, é, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, mais um exemplo do uso excessivo de decisões monocráticas no STF, o que tem gerado insegurança jurídica e política no país.
“Além de fomentar o pânico no mercado financeiro, Dino fabricou regras de alto impacto político e econômico, sem debate colegiado, deixando a sociedade e os agentes públicos num limbo jurisdicional”, afirma o editorial.
O Estadão destaca que a prática de decisões individuais se tornou regra no Supremo, algo que deveria ser absolutamente excepcional. Dados de 2023 apontam que 83% dos julgamentos da Corte foram feitos de forma monocrática.
“Isso prostitui a lógica de um tribunal constitucional, cuja autoridade se funda na pluralidade de vozes e na força persuasiva de deliberações colegiadas”, afirma o editorial publicado nesta quinta-feira (21).
O jornal afirma que o monocratismo enfraquece o papel institucional do STF, que passa de guardião da Constituição a uma instância de poder pessoal, concentrado nas mãos de poucos ministros.
O editorial do Estadão relembra diversos exemplos emblemáticos desse modelo de atuação:
Segundo o jornal, essas práticas revelam um STF que abandonou sua colegialidade em nome de decisões individuais com efeitos estruturais profundos, em temas como bilhões de reais em contratos, eleições e prisões de ex-presidentes.
“Quando um togado decide sozinho sobre temas que envolvem bilhões de reais, a elegibilidade de candidatos ou a liberdade de ex-presidentes, não há democracia nem segurança jurídica que resistam.”
O Estadão adverte que a previsibilidade jurídica, essencial para investimentos e estabilidade institucional, se perde quando ministros podem suspender leis por tempo indeterminado:
“Quando finalmente chegam ao plenário, tais decisões quase sempre são confirmadas, não pela força dos argumentos, mas pelo constrangimento de reverter efeitos já consolidados.”
O editorial também menciona que Alexandre de Moraes costuma se gabar por não ter sido derrotado em mais de 700 recursos referentes a suas decisões nos inquéritos ligados à suposta tentativa de golpe.
“Isso soa menos como demonstração de autoridade e mais como sintoma de perversão estrutural.”
Segundo o Estadão, um tribunal que nunca corrige decisões individuais demonstra que a colegialidade foi esvaziada, e o plenário tornou-se mera instância homologatória.
O texto conclui com um apelo à modéstia institucional por parte dos ministros e à urgência de restaurar a força do colegiado, sob pena de o STF perder sua legitimidade perante a sociedade brasileira:
“A democracia brasileira não precisa de vigilantes iluminados, mas de juízes que cumpram a lei com modéstia institucional.”
“Se não recuperar a centralidade da colegialidade, arrisca-se a perder aquilo que sem o qual nenhum Poder republicano sobrevive: o respeito e a confiança da sociedade.”
Descrição Jornalista
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