Humanos 19/02/2025 14:04
DNA antigo revela que a maioria dos europeus tinha pele escura até 3.000 anos atrás
Novo estudo de DNA revela que a maioria dos antigos tinha pele escura até cerca de 3.000 anos atrás, desafiando a ideia de que a pele clara surgiu rapidamente para adaptação ao clima

A história da cor da pele humana, especialmente na Europa, acabou de passar por uma reviravolta. Por décadas, os cientistas acreditaram que os primeiros humanos modernos que chegaram à Europa, cerca de 45.000 anos atrás, logo desenvolveram a pele clara para se adaptarem à falta de luz solar da região.
Essa teoria baseada na ideia de que a pele mais clara facilita a produção de vitamina D, foi considerada razoável. Mas um estudo recente de DNA antigo desafiou essa suposição e revelou que, por grande parte da história da Europa, a pele dos habitantes era na verdade escura.
Os primeiros humanos, provavelmente originários da África, tinham pele escura, uma característica que os protegia da forte radiação ultravioleta (UV) do equador.
À medida que esses humanos migravam para regiões com menos radiação UV, como Europa e Ásia, esperava-se que a pele fosse gradualmente clareando. A lógica era simples: a pele mais clara ajudaria na produção de vitamina D, essencial para a saúde óssea.
Entretanto, uma pesquisa de DNA já refutou essa ideia. O estudo liderado por Guido Barbujani, da Universidade de Ferrara, na Itália, analisou os genomas de 348 indivíduos que viveram entre 45.000 e 1.700 anos atrás.
Os resultados foram surpreendentes: durante a maior parte desse período, 63% dos antigos povos tinham pele escura, enquanto apenas 8% possuíam pele clara.
O restante apresentou uma quantidade específica de pele. Ou seja, a pele clara não se tornou dominante até cerca de 3.000 anos atrás
O estudo revelou, ainda, que até a Idade do Bronze (cerca de 7.000 a 3.000 anos atrás), metade da população ainda tinha pele escura ou toneladas intermediárias.
Um exemplo notável foi a análise de Ötzi, uma múmia famosa de 5.300 anos encontrada nos Alpes. Os cientistas descobriram que sua pele era mais escura do que os europeus modernos, embora não tão escura quanto aos africanos subsaarianos.
Outro achado relevante foi o do Homem de Cheddar, um esqueleto de 10.000 anos da Grã-Bretanha, que também possuía pele morena escura e, surpreendentemente, olhos azuis.
A transição para uma pele mais clara foi gradual. Os primeiros sinais de pigmentação mais clara ocorreram por volta de 14.000 a 4.000 anos atrás, com alguns indivíduos na Suécia e na França exibindo pele clara e olhos azuis.
No entanto, foi apenas na Idade do Ferro (cerca de 3.000 a 1.700 anos atrás) que a pele clara começou a dominar a população. Esse processo foi lento e desigual, com algumas regiões da Europa mantendo pele escura por mais tempo que outras.
A grande virada para a pele clara está ligada à chegada dos agricultores neolíticos de Anatólia, há cerca de 10.000 anos.
Esses agricultores, que já possuíam genes para pele clara, provavelmente encontraram uma vantagem evolutiva no clima mais frio e menos úmido da Europa.
Com o tempo, esses genes se espalharam, mas esse processo foi gradual, ocorrendo ao longo de milênios. Além disso, fatores como migrações e misturas de população desempenharam um papel importante nessa mudança.
Durante o período neolítico e da Idade do Bronze, por exemplo, o cabelo escuro ainda era predominante, enquanto surgiam os primeiros casos de cabelos loiros e ruivos.
Uma mudança na dieta também pode ter contribuído para essa evolução. À medida que as sociedades humanas se tornaram mais agrícolas, suas dietas se basearam menos em caça e mais em plantações, que careciam de vitamina D.
Para compensar essa deficiência, uma pele mais clara se tornou vantajosa para garantir a absorção de mais luz solar.
Outro aspecto interessante do estudo é que ele desmentiu a ideia de que os humanos modernos herdaram a pele clara dos neandertais, que ocuparam a Europa por milhares de anos antes da chegada dos humanos modernos.
Embora haja evidências de que os dois grupos se cruzaram, a pesquisa genética indica que a pele clara se desenvolveu de forma independente nos humanos modernos.
Os cientistas também identificaram genes específicos, como as variantes dos genes TYR e SLC24A5, que estão fortemente associados à pele clara.
Essas variantes eram ausentes nos humanos da era paleolítica, mas foram encontradas em indivíduos da Idade do Bronze, como um homem da Hungria que tinha pele clara, olhos azuis e cabelo loiro.
Embora os cientistas tenham baseados em suas conclusões principalmente em dados genéticos, há também um interesse em representações artísticas.
Por exemplo, o Egito Antigo retratava mulheres com pele mais clara do que os homens, embora seja importante não confiar demais em artefatos desse tipo, pois eles nem sempre refletem com precisão as características da população.
Com informações de Zmescience. Você pode conferir o estudo original clicando neste link.
Deu em CPG
Descrição Jornalista
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