Os recentes episódios de intoxicação por metanol em São Paulo, envolvendo coquetéis adulterados, levantam uma questão preocupante: a segurança das bebidas alcoólicas que consumimos.
Enquanto bares suspendem temporariamente a venda de destilados e as investigações prosseguem, um alerta silencioso se estende aos apreciadores de vinho.
Listas com rótulos baratos e tentadores, muitas vezes compartilhadas em grupos de WhatsApp, podem esconder riscos graves. Comprar vinhos por meios duvidosos, mesmo que pareçam célebres, pode financiar o crime e o contrabando.
Preço muito baixo é sinal de alerta
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Não há milagres: quando um vinho famoso aparece com preço muito inferior ao praticado no mercado, é hora de desconfiar.
O descaminho e o contrabando, especialmente na rota entre Argentina e Brasil, são realidades. Além disso, não há garantias de que o vinho que você vê no celular seja realmente produzido pela vinícola indicada. Casos recentes mostram que até rótulos renomados, como o Catena, podem ser alvos de falsificações e vendas ilegais.
Para proteger seus consumidores, a vinícola Catena firmou parceria com a importadora Mistral e passou a adotar um selo de garantia, assegurando que as garrafas adquiridas vieram de seus vinhedos e adegas.
Fora dessa iniciativa, porém, a rastreabilidade do vinho ainda é limitada, o que aumenta os riscos para o consumidor.
Riscos de vinhos falsificados ou mal transportados
A falsificação e o transporte irregular não apenas configuram crime, mas também comprometem a qualidade da bebida.
O vinho é sensível: a exposição à luz e a altas temperaturas pode causar problemas conhecidos como light strike e cooked, que deterioram o aroma e o sabor.
Comprar vinhos de fontes duvidosas e guardá-los por anos pode transformar uma promessa de prazer em uma experiência decepcionante ou até perigosa.
Vinhos falsificados podem conter substâncias nocivas, agravando os riscos à saúde. Mesmo os produtos originais, quando contrabandeados, sofrem durante o transporte, o que diminui a qualidade e coloca o consumidor em alerta.
Como garantir segurança na compra de vinhos
Algumas medidas simples ajudam a proteger sua saúde e a garantir a autenticidade da bebida:
- Prefira importadores oficiais ou lojas confiáveis.
- Verifique se há contrarrótulo em português, conforme exigido pelo Ministério da Agricultura.
- Desconfie de preços muito abaixo do mercado; o barato pode sair caro.
- Valorize informações detalhadas sobre o produto, que somam segurança à experiência de consumo.
Recentes apreensões, como as 160 garrafas de vinho falsificado em Curitiba, reforçam que a fiscalização é constante, mas não substitui o cuidado individual.
O vinho deve ser desfrutado com segurança, e o prazer da bebida jamais deve se sobrepor à saúde e à legalidade.