Felipe Gomes foi doador de R$ 60 mil para a campanha eleitoral de 2022 do ex-ministro da Previdência Social Onyx Lorenzoni (PP-RS), e recebeu R$ 17,9 milhões da ABCB. E o senador Fabiano Contarato (PT-ES) ressalta que a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União (CGU) identificaram Felipe Gomes como um dos operadores do esquema de fraudes no INSS.
A movimentação bilionária de recursos drenados ilegalmente de benefícios do INSS para a ABCB, entre 2022 e 2024, teria o ex-presidente da associação à frente, segundo o senador petista.
E Contarato lembra que a ABCB foi autorizada a descontar até 2,5% sobre os benefícios previdenciários em 2022, passando a executar cobranças que atingiram milhares de aposentados e pensionistas, muitos sem qualquer vínculo ou autorização expressa para filiação à entidade.
“Há indícios de que a associação funcionou como fachada para operações financeiras irregulares, utilizando a estrutura de convênios com o INSS para captação ilícita de recursos, o que caracteriza grave violação dos direitos dos beneficiários”, relatou Contarato.
Além do senador capixaba, o pedido para depoimento de Felipe Gomes foi assinado pela senadora e Damares Alves (Republicanos-DF) e dos deputados Rogério Correia (PT-MG), Orlando Silva (PCdoB-SP), Paulo Pimenta (PT-RS) e Evair Vieira de Melo (PP-ES).
Senador Izalci Lucas (PL-DF) – Foto: Diário do Poder.
Bloqueio de denúncias
A ex-integragrante do CNPS, Tonia Galleti, será questionada sobre o que teria bloqueado suas denúncias e pedidos de regulamentação dos Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) firmados com associações e sindicatos.
E sua oitiva foi justificada pelo senador Izalci Lucas (PL-DF) com o argumento de que não se pode compreender o esquema apenas pela análise de seus executores finai.
Por considerar importante investigar “omissões deliberadas” e falhas no epicentro decisório do sistema
Tonia Galleti tentou pautar, formalmente, a proliferação de fraudes e a necessidade urgente de regulamentação dos ACTs firmados com associações e sindicatos no âmbito do conselho.
E Izalci ressalta que a ex-conselheira do CNPS tem dever de cidadania de expor como atuou na trincheira institucional, tendo informações e ímpeto de agir, e acabou silenciada pela inércia calculada de seus superiores.
“O testemunho da senhora Tonia Galleti é fundamental para que esta Comissão Parlamentar de Inquérito possa mapear com precisão a cronologia da ciência dos fatos pelas mais altas autoridades da Previdência Social, bem como as articulações políticas que resultaram na manutenção de um ambiente regulatório frouxo e propício aos crimes investigados”, justificou Izalci Lucas.
Além do senador brasiliense, o pedido para depoimento de Galleti foi assinado pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e dos deputados Beto Pereira (PSDB-MS), Adriana Ventura (Novo-SP) e Duarte Jr. (PSB-MA).
(Com informações da Agência Câmara de Notícias)