Inteligência Artificial 06/11/2025 18:31
Atenção pessoal chegado numa birita: Cientistas investigam o que a IA pode ensinar sobre a ressaca

Sua cabeça está latejando. Você mal consegue enxergar direito. Parece que sua boca está cheia de algo horrível. Talvez você esteja trêmulo, dolorido, desgrenhado, desorientado. Você está de ressaca.
Não é uma experiência incomum, como todos sabemos, mas pode ser bastante desagradável — e muitos adultos estão decidindo reduzir o consumo de álcool para diminuir o número de manhãs em que se sentem como se tivessem sido atropelados por um caminhão.
Mas como tudo isso se encaixa na era da inteligência artificial? A IA pode curar a ressaca?
Se você faz essa pergunta com alguma sinceridade, talvez a questão mais interessante seja: o que a IA pode nos ensinar sobre a biologia por trás das ressacas — e sobre como essa mesma biologia impulsiona o envelhecimento?
Jackie Iversen, RPh, MS, cofundadora e diretora clínica da Sen-Jam Pharmaceutical, estuda inflamação há décadas. Sua pesquisa sugere que a ressaca não tem relação com desidratação, mas sim com o sistema imunológico do corpo em sobrecarga — a mesma resposta que impulsiona o envelhecimento e as doenças.
A ressaca como envelhecimento acelerado
“Há 5 mil anos, os humanos tentam resolver uma única coisa”, disse Iversen em uma palestra recente do TED em Boston.
“Não é o câncer, nem o envelhecimento, nem o coração partido: é a ressaca. A história das curas para a ressaca parece uma comédia de erros. No Egito Antigo, usavam bicos de pássaro secos. Os gregos, coroas de louro embebidas em azeite. Na Mongólia, olhos de carneiro em conserva no suco de tomate.”
Parte desse estudo duradouro, sugeriu ela, tem a ver com a onipresença do álcool em nossas sociedades.
“O álcool não é apenas uma bebida”, disse. “Está entrelaçado à nossa biologia — e sua consequência, a ressaca, é uma das janelas mais claras para a inflamação que a ciência pode estudar com segurança.”
As ressacas são tão ruins que ganharam até um status quase mítico, como descreve Iversen ao citar uma frase que todos nós conhecemos.
“‘Essa ressaca está tão forte que juro nunca mais beber’, dizemos. Todos já dissemos isso. E todos já quebramos essa promessa. É por isso que um milhão de pessoas digita ‘cura para ressaca’ no Google todos os meses.”
Ela observa que o abuso de álcool leva a cerca de 3 milhões de mortes por ano e a um custo de US$ 1,7 trilhão em saúde pública. Por isso, diz, as ressacas “não são triviais”.
Ao analisar os diversos efeitos da ressaca comum, Iversen fez várias observações — a primeira delas é que os efeitos do álcool continuam, e até aumentam em certos aspectos, mesmo depois que a concentração de álcool no sangue chega a zero.
Isso, segundo ela, não tem nada a ver com desidratação — é inflamação. O sistema imunológico entra em sobrecarga, liberando citocinas como IL-6, TNF-α e IL-1β, o que desencadeia estresse oxidativo e desequilíbrio neuroimunológico.
Esses mesmos biomarcadores aparecem em inflamações crônicas de baixo grau — aquelas associadas a doenças relacionadas à idade, como artrite, diabetes, demência e declínio cardiovascular.
O estresse oxidativo e outras mudanças, disse Iversen, desestabilizam o corpo.
“É por isso que você acorda de manhã em modo catastrófico”, afirmou, observando também que os efeitos do consumo de álcool podem ativar os mesmos caminhos inflamatórios ligados à síndrome do intestino irritável.
Ela acrescentou que a inflamação desencadeada pode “ecoar” no corpo por muito tempo.
“A inflamação crônica é como uma brasa”, disse Iversen. “É como uma ressaca que nunca termina — o mesmo fogo imunológico, apenas mais lento e silencioso. O que acontece em 12 horas após beber se repete, de forma invisível, ao longo de 12 anos de inflamação crônica e envelhecimento celular.”
O que tudo isso significa para a saúde humana?
Iversen resumiu bem em suas observações finais:
“A ressaca — esse fenômeno de que zombamos, sofremos e juramos nunca repetir — pode, na verdade, conter a chave para compreender o próprio envelhecimento e a inflamação, essa queima lenta que rouba nossa saúde”, afirmou. “Se aprendermos a resolvê-la, talvez possamos viver anos melhores, mais produtivos e saudáveis — e quem sabe até sobreviver em ambientes mais hostis, como o espaço, onde os astronautas envelhecem mais rápido.”
No futuro, ela teoriza, a IA poderá nos ajudar a mapear a inflamação como uma rede viva — conectando biomarcadores, genética e ambiente — para identificar padrões que possam ser tratados precocemente.
“Trata-se de tornar o invisível visível”, disse. “A IA ajuda a decodificar os dados confusos da inflamação, transformando o caos em clareza para uma vida mais longa e saudável.”
“Essa descoberta seria um salto gigantesco para a humanidade”, concluiu. “Então, a todos que já enfrentaram uma ressaca: obrigado. Vocês estão participando do maior, mais longo e mais bagunçado estudo humano sobre inflamação — e, quem sabe, seu sofrimento pode estar nos guiando até a fonte da juventude.”
Onde entra a IA?
Bem, sem os tipos de coleta de dados e os insights automatizados que os cientistas têm hoje, não teríamos feito todo esse progresso no estudo do genoma humano. Não saberíamos o que sabemos sobre DNA. Não entenderíamos tanto sobre os caminhos e processos que ocorrem em nosso corpo, em nível celular.
Tudo o que Iversen menciona se baseia em uma sólida fundação de pesquisas que aproveitam o trabalho impressionante dos modelos de linguagem (LLMs) para revelar padrões consistentes em meio ao caos dos experimentos científicos. E é exatamente isso que a ciência moderna faz — mostra padrões onde antes só víamos desordem.
Quanto à ressaca, ela é realmente um rito de passagem para os humanos — e um verdadeiro teste de nossos sistemas, da forma como Iversen descreveu.
Portanto, não, a IA não vai curar uma ressaca. Mas pode nos ajudar a decifrar o que realmente está por trás dela — a mesma inflamação que impulsiona o envelhecimento, as doenças e o declínio do corpo. Compreender essa biologia talvez seja a verdadeira cura — não apenas para a manhã seguinte, mas para as próximas décadas.
Deu em Forbes
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