Política 04/05/2023 08:23
Bolsonaro manterá versão de que desconhecia esquema dos cartões de vacina
O ex-presidente afirmou nunca ter se vacinado contra Covid-19 e disse não saber de cartões de vacina fraudados. A PF apura o caso
Os advogados de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) traçaram mais uma estratégia para defender o cliente em nova investigação da Polícia Federal.
Nesse caso mais recente, na Operação Venire, deflagrada na quarta-feira (3/5), os argumentos buscarão retirar Bolsonaro do foco de um esquema de fraudes em cartões de vacina contra a Covid-19 e de uma série de acusações que podem deixá-lo em maus lençóis, como infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.
Os embasamentos de defesa vão seguir a mesma premissa dos usados nas apurações da PF no caso das joias sauditas e do envolvimento nos atos de 8 de janeiro: o ex-presidente agiu dentro da legalidade, não sabia de qualquer esquema e, no caso atual, nunca precisou usar cartão de vacina contra Covid-19 porque não teria se vacinado. Além de insistir na tese de que há indícios de ataques hackers no usuário de Bolsonaro no ConecteSUS.
Em uma primeira entrevista, o advogado de defesa de Bolsonaro, Marcelo Bessa, chamou a Operação Venire, determinada por Alexandre de Moraes após pedido da PF, de “arbitrária”.
Em seguida, o advogado e assessor especial do ex-presidente, Fábio Wajngarten, disse que Bolsonaro nunca teve passaporte cobrado para entrar nos Estados Unidos e que ele se pronunciaria assim que tivesse acesso aos autos.
Quando a documentação que embasou a prisão de aliados bolsonaristas, como o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, foi liberada por Moraes, tornou-se público que o usuário de Bolsonaro no aplicativo ConecteSUS, do Ministério da Saúde, emitiu ao menos quatro vezes certificados de vacinação contra a Covid-19 que seriam do ex-presidente.
Três desses certificados foram emitidos nos dias 22, 27 e 30 de dezembro de 2022; antes, portanto, de ele embarcar para o autoexílio em Orlando (EUA), no início da tarde de 30 de dezembro.
As informações apareceram em relatório da Polícia Federal após Bolsonaro declarar publicamente que nem ele, nem sua filha Laura, de 12 anos, foram imunizados.
Nesse ponto, os advogados podem manter os argumentos de que Bolsonaro nunca soube desse cartão, pois o acesso ocorreu de um telefone cadastrado em nome de Mauro Cid.
Conforme publicado pelo colunista do Metrópoles Igor Gadellha, antes de Bolsonaro deixar a Presidência, o e-mail de acesso à sua conta no ConecteSUS estava no nome de Cid.
Após o dia 30, o e-mail foi alterado, deixando o controle com Marcelo Costa Câmara, assessor especial de Bolsonaro. Os cartões de vacina foram posteriormente apagados.
Espera-se que a defesa de Bolsonaro insista no argumento de que ele não sabia do suposto esquema de falsificação nos cartões de vacinação e aponte Mauro Cid como o responsável pelas fraudes.
Embora tenha sido intimado pela PF, o ex-presidente optou por não depor, pois a defesa ainda não havia tido acesso aos autos do processo.
O assessor de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, no entanto, ressaltou que ele prestará informações após acesso aos autos e negou à imprensa que o ex-mandatário tivesse conhecimento sobre o esquema.
Segundo a PF, um grupo próximo a Bolsonaro, incluindo seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid, teria emitido certificados falsos de vacinação para pessoas que não tinham sido imunizadas a fim de que elas pudessem viajar e acessar locais onde a imunização era obrigatória.
Para a Polícia Federal, Bolsonaro tinha ciência do esquema. “Jair Bolsonaro, Mauro Cid e, possivelmente, Marcelo Câmara tinham plena ciência da inserção fraudulenta dos dados de vacinação, se quedando inertes em relação a tais fatos até o presente momento”, diz a PF. A afirmação foi sustentada pelo ministro STF Alexandre de Moraes.
Ainda em casa, na quarta, o ex-presidente disse que a operação foi deflagrada para “criar fato” contra ele.
Deu em Metrópoles
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