Celebridades 10/11/2025 18:27
Audie Murphy: Herói que lutou contra exércitos, fama e fantasmas

Toda história sobre Audie Murphy é, de certa forma, uma história sobre a América. Nascido por volta de 1925, perto de Kingston, no Texas, ele cresceu em uma família extremamente pobre.
Seus pais tiveram 12 filhos, e Murphy precisou abandonar a escola para ajudar em casa depois que o pai, um meeiro, os abandonou.
Para sustentar a família, o jovem caçava para conseguir comida — e, assim, desenvolveu uma habilidade com armas que mais tarde definiria sua vida.
Quando os Estados Unidos entraram na Segunda Guerra Mundial, Murphy ainda era menor de idade, mas queria lutar. Sonhava em se alistar nos Fuzileiros Navais, porém foi rejeitado por ser muito jovem, baixo e magro — pesava apenas 50 quilos e tinha cerca de 1,65 metro de altura.
Mesmo com a ajuda da irmã, que falsificou sua certidão de nascimento, ele ouviu vários “nãos” antes de finalmente ser aceito pelo Exército, em 1942. Determinado, serviu na Terceira Divisão de Infantaria, subordinada ao Sétimo Exército. Lutou no Norte da África, na Sicília, na Itália, na França e, por fim, na Alemanha.
Em 26 de janeiro de 1945, perto de Holtzwihr, no nordeste da França, Murphy protagonizou um dos atos mais extraordinários da Segunda Guerra Mundial. Com apenas 19 anos, o segundo-tenente subiu em um caça-tanques em chamas e, sozinho, enfrentou seis tanques e cerca de 250 soldados alemães.
Ferido e sangrando, manteve-se firme por mais de uma hora, atirando com uma metralhadora calibre .50 para proteger sua companhia.
Sua coragem salvou dezenas de vidas e deteve o avanço alemão. O feito lhe rendeu a Medalha de Honra, a mais alta condecoração militar dos Estados Unidos, além de outras 30 medalhas, entre elas duas Estrelas de Prata, duas Estrelas de Bronze, três Corações Púrpura, a Cruz de Serviço Distinto e a Cruz de Guerra francesa.
Em poucos anos, Murphy ascendeu de soldado raso a primeiro-tenente, tornando-se o soldado mais condecorado — e talvez o mais famoso — de toda a guerra.
Quando retornou aos Estados Unidos, 300 mil texanos foram às ruas para recebê-lo em um desfile triunfal. O jovem de rosto sereno e modos simples havia se transformado no símbolo vivo da bravura americana.
Após o fim do conflito, Murphy chamou a atenção de Hollywood. O ator James Cagney o viu na capa da revista Life e o convidou para a Califórnia, oferecendo aulas de teatro e um contrato. Assim começou a segunda carreira do herói: a de ator.
Em pouco tempo, ele participou de mais de 40 filmes e séries de televisão. O papel mais marcante veio em “Até o Inferno e de Volta” (1955), baseado em sua autobiografia de mesmo nome, que se tornou um best-seller. O filme, no qual ele interpretava a si mesmo, foi o maior sucesso de bilheteria da Universal Pictures por quase 20 anos.
Murphy também estrelou “A Insígnia Vermelha da Coragem”, adaptação do romance de Stephen Crane, além de faroestes, dramas e filmes de ação. Seu estilo era natural, seu sotaque texano suave e sua presença magnética.
Nos faroestes, principalmente, parecia encontrar o ambiente ideal — o do homem solitário, íntegro e silencioso, que enfrenta o mal com firmeza e honra.
Apesar da fama, Murphy nunca superou os traumas da guerra. Sofria de transtorno de estresse pós-traumático, então chamado de “fadiga de combate”. Tinha insônia crônica e dizia só conseguir dormir com uma pistola carregada debaixo do travesseiro. Passou a defender publicamente os direitos e a saúde mental dos veteranos, um tema pouco discutido na época.
Mesmo atormentado, encontrou tempo para escrever poesias e compor músicas. Em 1962, uma de suas canções, “Shutters and Boards”, chegou a fazer sucesso nas paradas americanas.
Murphy era, ao mesmo tempo, um herói nacional e um homem comum, com falhas e fragilidades. Gostava de cavalos, especialmente dos quarto de milha, mas também era impulsivo: jogava, gastava demais e lutava contra o vício em remédios para dormir.
Em 1971, aos 45 anos, morreu em um acidente de avião. O herói que sobreviveu a tantas batalhas teve uma morte repentina, mas deixou um legado duradouro. Seu túmulo, no Cemitério Nacional de Arlington, é um dos mais visitados até hoje.
A jaqueta Eisenhower de lã verde-oliva que usou na campanha europeia está preservada no Museu Nacional de História Americana do Smithsonian.
As costuras irregulares no distintivo da Terceira Divisão de Infantaria foram feitas por ele mesmo — um detalhe simples, mas profundamente humano.
Ela serve como lembrete de que Audie Murphy não era apenas um soldado ou uma estrela. Era um homem comum que se ergueu diante do desafio mais extraordinário de seu tempo — e que, como tantos heróis, salvou o que estava perdido, mas nunca conseguiu voltar totalmente para casa.
Deu em Aventuras na História
Descrição Jornalista
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