As principais revelações dos 20 mil documentos que envolvem Trump e o caso Epstein - Fatorrrh - Ricardo Rosado de Holanda
FatorRRHFatorRRH — por Ricardo Rosado

Celebridades 15/11/2025 15:46

As principais revelações dos 20 mil documentos que envolvem Trump e o caso Epstein

As principais revelações dos 20 mil documentos que envolvem Trump e o caso Epstein

O Comitê de Supervisão da Câmara dos Estados Unidos tornou público no último dia 12, um novo lote de documentos, totalizando 20 mil páginas, oriundos dos arquivos de Jeffrey Epstein, condenado por crimes sexuais.

Entre os e-mails divulgados, destaca-se uma mensagem na qual Epstein aponta que o presidente Donald Trump “sabia sobre as garotas”, aludindo à alegação de que Trump teria afastado Epstein de seu clube Mar-a-Lago após ele assediar jovens funcionárias.

Em outro trecho, o empresário revela: “Eu sei o quanto Donald é sujo”, referindo-se a possíveis escândalos que poderiam emergir relacionados ao ex-presidente, em um email enviado em 2018 a um conselheiro da Casa Branca durante o governo Obama. O empresário também comentou sobre a saúde mental de Trump naquele mesmo ano.

A atual secretária de imprensa, Karoline Leavitt, desqualificou os conteúdos dos emails, afirmando que não provam nada substancial. Por sua vez, Trump acusou seus opositores democratas de ressuscitar o caso Epstein como uma forma de desviar a atenção da sua administração e da paralisação do governo.

Conteúdo dos arquivos

Uma análise detalhada realizada pela CNN dos arquivos revelou informações importantes. Em um email datado de 2 de abril de 2011, Epstein se dirigiu à sua antiga namorada Ghislaine Maxwell, dizendo: “quero que você perceba que o cachorro que não latiu é o trump… [REDIGIDO] passou horas na minha casa com ele, ele nunca foi mencionado uma vez sequer. chefe de polícia. etc. estou 75% lá.”

Os membros republicanos do Comitê sugeriram que a pessoa referida era Virginia Giuffre, uma das sobreviventes mais conhecidas das ações de Epstein. Eles alegaram que os democratas omitiram seu nome porque ela não havia feito acusações contra Trump.

Os documentos ainda incluem comunicações entre Epstein e o autor Michael Wolff, nas quais o empresário desmente uma afirmação feita por Trump sobre ter pedido a Epstein para se desligar do clube Mar-a-Lago. “Nunca fui membro”, declarou Epstein.

Casa Branca afirmou que o presidente proibiu Epstein de frequentar seu clube por considerá-lo “um pervertido” e justificou o término da amizade citando comportamentos inadequados do empresário em relação às jovens funcionárias do local.

‘Quase insano’

Em outro email de dezembro de 2018, Epstein descreveu Trump como “quase insano” em troca de mensagens com Larry Summers, ex-secretário do Tesouro. Não está claro o que motivou essa troca de mensagens.

Vários dos e-mails divulgados mostram Epstein recebendo atualizações sobre a venda de um avião particular de Trump. Em abril de 2011, alguém escreveu a Epstein:

“Ouvi dizer que Trump tem um contrato para seu B272, mas nenhum dinheiro foi trocado ainda”. Em maio daquele ano, outro e-mail, também com remetente censurado, informou: “O B727 de Trump foi vendido por 2,7 milhões”. Epstein, um contador e um advogado estavam copiados na mensagem.

Em janeiro de 2017, pouco após Trump assumir a presidência e decretar a chamada “proibição muçulmana”, Epstein enviou um e-mail a um repórter do New York Times.

Primeiro, comentou que a medida ajudaria a reforçar a imagem de que Trump “cumpre sua palavra”. Em seguida, escreveu: “Donald é maluco pra c***, eu te avisei”.

Há ainda e-mails de 2016 envolvendo Epstein e Soon-Yi Previn, esposa de Woody Allen. Ele enviou a ela um artigo sobre James Woolsey, ex-diretor da CIA no governo Clinton, ter aderido à campanha de TrumpPrevin respondeu: “Woody disse que isso não significa nada”. Não está claro por que Epstein achou relevante compartilhar essa notícia com ela.

Os documentos também revelam trocas de mensagens entre Epstein e Ghislaine Maxwell em janeiro de 2015, logo após Virginia Giuffre abrir um processo acusando ambos de aliciamento e abuso sexual entre 1998 e 2002. A ação também mencionava um “príncipe real”, mais tarde identificado como Andrew Mountbatten-Windsor.

Em março de 2018, Epstein trocou e-mails com Kathryn Ruemmler — ex-conselheira da Casa Branca de Barack Obama — após encaminhar a ela um artigo do Daily Beast perguntando “quão próximo Trump está de um colapso psiquiátrico”.

E-mails de 2017 mostram Ruemmler escrevendo: “Trump é verdadeiramente estúpido”, ao que Epstein respondeu: “Óbvio”. Segundo reportagem do Wall Street Journal, Ruemmler mantinha um vínculo profissional com Epstein por conta de sua atuação no escritório Latham & Watkins, onde ele era cliente.

‘Chefe da máfia’

Em dezembro de 2018, Epstein voltou a escrever para Ruemmler, comparando Trump a um chefe da máfia, alertando que ele detinha “poder perigoso imenso”. Encaminhou o mesmo comentário a Reid Weingarten, seu advogado, que respondeu dizendo que Trump estava agindo “de maneira muito errática”. Epstein concordou: “beirando a insanidade”.

No início de 2018, ao discutir com um repórter do NYT o livro Fire and Fury, Epstein sugeriu a possibilidade de que Trump sofresse de “demência precoce”.

Em agosto de 2018, após Michael Cohen admitir crimes federais e implicar Trump no caso envolvendo Stormy DanielsEpstein escreveu a Ruemmler: “Eu sei o quanto Donald é sujo”.

Em junho do ano seguinte, o criminoso sexual enviou a Steve Bannon uma foto de Andrew cumprimentando Trump durante uma visita oficial ao Reino Unido e comentou:

“Muito engraçado… lembre-se que a acusadora do príncipe Andrew veio de Mar-a-Lago”. Bannon então respondeu: “Não acredito que ninguém está fazendo você ser a conexão”. Não está claro o que ele quis dizer com a mensagem.

Deu em Aventuras na História

Ricardo Rosado de Holanda
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