Artigo – “Sem equilíbrio, sem perspectivas”, por Roberto Serquiz - Fatorrrh - Ricardo Rosado de Holanda
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Uncategorized 01/09/2025 18:02

Artigo – “Sem equilíbrio, sem perspectivas”, por Roberto Serquiz

Artigo – “Sem equilíbrio, sem perspectivas”, por Roberto Serquiz

Roberto Serquiz, industrial, Presidente do Sistema FIERN

Direto ao ponto: “RN gasta 72% da receita total com pagamento de servidores, aponta Tesouro Nacional”, estampou a Tribuna do Norte em 23 de agosto de 2025.

A manchete fala por si: o Rio Grande do Norte, segundo dados do 3º bimestre de 2025, lidera o ranking nacional de comprometimento da receita com gastos de pessoal e previdência. É um dado alarmante.

Na prática, conforme o Tesouro Nacional, quase todo o orçamento do Estado é consumido pela manutenção da máquina pública, sobrando apenas 2% para investimentos e outros 2% para o serviço da dívida. Pior: a despesa com a Previdência Estadual já supera o que é destinado a áreas essenciais como Saúde e Educação.

Para se ter ideia, o déficit do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) alcançou R$ 1,104 bilhão em 2025.

E não se trata de queda na arrecadação. Pelo contrário: o RN registrou aumento de 12% nas receitas correntes.

O que causa indignação é o silêncio público em torno de um quadro que representa um desafio de enorme complexidade. Usar termos duros para descrever a gravidade da crise não seria exagero.

Este deveria ser o debate central do Rio Grande do Norte e, sobretudo, a pauta obrigatória dos pré-candidatos às eleições de 2026, com a obrigação de responder a uma pergunta crucial: “o que fazer?”.

Deixo, por aqui, algumas sugestões e espero, sinceramente, que – mesmo para serem contrariadas – os dirigentes e lideranças públicas pensem a respeito.

A primeira é uma reforma da Previdência Estadual que envolva maior participação dos Poderes Legislativo e Judiciário.

Em paralelo, uma reforma administrativa capaz de conter o crescimento vegetativo da folha, rever cargos e cessões, e valorizar a meritocracia.

A modernização, apoiada em digitalização, tecnologia e gestão eficiente, precisa vir acompanhada da redução de despesas, do controle rigoroso de perdas e da busca incessante por eficiência.

No curto prazo, porém, uma medida concreta e viável, é se avançar na privatização de ativos do Estado. No Rio Grande do Norte sem recursos para investimentos, a discussão sobre privatização é inevitável.

Empresas deficitárias, imóveis ociosos, participações em setores em que o Estado não precisa estar presente, precisam ser revistas, para aliviar o caixa, abrir novas frentes de investimentos e constituir um fundo de desenvolvimento – de forma que o RN possa gerar as contrapartidas necessárias para obras estruturantes fundamentais ao seu crescimento.

É preciso, enfim, fortalecer de forma clara e incisiva a atividade econômica. Criar condições para manter empreendimentos, atrair novos investimentos, ampliar a arrecadação e estimular a circulação de renda.

Isso exige decisão política articulada entre Poderes, órgãos públicos e sociedade civil. Somente uma grande aliança em torno do equilíbrio fiscal permitirá recolocar o Rio Grande do Norte no caminho do desenvolvimento econômico sustentável.

Deu no Portal da Fiern
Ricardo Rosado de Holanda
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