O pior passou? O que significa a redução de casos e mortes por Covid - Fatorrrh - Ricardo Rosado de Holanda
FatorRRHFatorRRH — por Ricardo Rosado

Pandemia 16/05/2021 09:06

O pior passou? O que significa a redução de casos e mortes por Covid

Especialistas comentam que, apesar da estabilidade atual, o Brasil está longe de controlar a epidemia provocada pelo coronavírus

O pior passou? O que significa a redução de casos e mortes por Covid

Com a diminuição de casos confirmados de Covid-19 e da média móvel de mortes decorrentes da doença nos últimos dias, surge novamente a esperança de que o Brasil esteja controlando a epidemia provocada pelo novo coronavírus.

Para o país que registrou 4.249 mortos em 8 de abril, um patamar baixo seria um alívio na tragédia coletiva.

Quando se trata, no entanto, de uma doença infecciosa, existem poucas certezas sobre a maneira como o cenário pode evoluir. Nessa sexta-feira (14/5), a epidemiologista Ethel Maciel, da Universidade do Espírito Santo, lançou alerta no Twitter:

“Casos novos subindo perigosamente. Isso significa internações e óbitos nas próximas semanas. Se cuidem!”.

Na quinta-feira (13/5), o epidemiologista Wanderson de Oliveira, que fez parte da equipe do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, deu declaração semelhante a jornalistas em uma linha de transmissão de mensagens.

“Estamos sentados em um barril de pólvora”, afirmou, em alusão ao índice de estabilização do país no patamar de cerca de 2 mil mortes diárias.

A opinião dos especialistas é que, sim, o pior da 2ª onda passou, mas estamos em patamar muito alto ainda.

A curva epidemiológica se estabilizou em um platô elevado, fator que ameaça o controle da epidemia. “Índice de cerca de 2 mil mortes em média não pode ser considerado ‘normal’. Estamos dando ‘cavalo de pau’ à beira do precipício”, alerta Wanderson.

Pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Claudio Maierovitch considera que o cenário ainda é trágico.

“As previsões sobre o futuro da pandemia estão muito incertas. Eu diria que ficaremos mais ou menos neste patamar trágico até junho, e só depois veremos o número de mortes cair”, aponta. De acordo com Maierovitch, a reabertura que vem sendo implementada pelos governadores desde abril não permitiu que o vírus fosse, de fato, controlado.

Dentro desse contexto, duas outras situações preocupam. O Brasil, praticamente, não faz vigilância epidemiológica – os testes são insuficientes e os contatos dos possíveis infectados não são mapeados –, e a imunização caminha em ritmo lento.

“Se o Brasil deseja sair das cordas, a vacinação deveria estar em 1,5 milhão de doses por dia. Estamos muito longe dessa meta”, frisa Wanderson de Oliveira.

Deu em Metrópoles

Ricardo Rosado de Holanda
Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista