Sentir um déjà vu pode ser estranho: de repente, você está vivendo algo que parece familiar — mesmo sabendo que nunca viveu aquilo antes.
Essa sensação desperta curiosidade e, para a neurociência, revela bastante sobre como o cérebro processa memória, percepção e consciência.
O que é déjà vu do ponto de vista neurológico?
Déjà vu é a sensação súbita de já ter vivido uma cena ou situação, mesmo sabendo que ela é nova. Essa experiência está associada a uma falha momentânea nos circuitos de memória e percepção.
Pesquisas indicam que, ao receber estímulos — como uma imagem, som ou local —, o cérebro às vezes “marca” esse momento como familiar por engano, ativando regiões ligadas à memória mesmo sem ter um registro real anterior.
Que regiões do cérebro e sinais físicos estão envolvidos?
Quando ocorre déjà vu, áreas como o hipocampo e o lobo temporal — essenciais para memória e reconhecimento — entram em ação. Esse “erro” neural costuma durar segundos, e a pessoa pode sentir confusão, estranheza ou uma sensação intensa de familiaridade.

Por que o corpo às vezes reage com cansaço e estresse?
O déjà vu não aparece do nada. Fatores como fadiga, sono irregular, estresse ou ansiedade aumentam as chances de o cérebro dar esse “curto-circuito” de memória.
Também há indícios de que neurotransmissores como a dopamina — que influencia percepção de familiaridade e recompensa — podem interferir na experiência, tornando o déjà vu mais provável em momentos de desgaste mental.
Quando o déjà vu pode indicar algo além de um lapso normal?
Para a maioria das pessoas, déjà vu é inofensivo. Mas se a sensação for frequente, intensa, durar muito ou vier acompanhada de sintomas como confusão, perda de memória, convulsões ou sensações estranhas, isso pode apontar para condições neurológicas — como a Epilepsia do lobo temporal — e merece avaliação médica.
Embora ainda cercado de mistério, o déjà vu evidencia a complexidade do cérebro, iluminando o quão pouco ainda se compreende sobre as intricadas conexões neuronais e a percepção consciente.

