Embora Donald Trump tenha citado as negociações com Lula ao retirar as tarifas extras de 40% sobre carne, café e outros produtos brasileiros, a inflação americana desponta como um dos principais motivos por trás da decisão e, consequentemente, a aprovação do presidente dos Estados Unidos.
Segundo a agência de notícias Reuters, os preços do café no varejo americano subiram até 40% em 2025 devido às tarifas.
Outros fatores de mercado também contribuíram para a alta, como a queda na produção causada por condições climáticas adversas.
O Brasil fornece um terço do café consumido nos EUA, o maior consumidor do grão do mundo.
“Podemos esperar que milhares de sacas de café brasileiro que estavam armazenadas em depósitos alfandegados comecem a ser distribuídas rapidamente para torrefadoras nos EUA”, disse a analista de commodities Judith Ganes, presidente da J. Ganes Consulting, à agência.
O Brasil também se tornou um importante fornecedor de carne bovina, especialmente do tipo utilizado para fazer hambúrgueres.
O país é o terceiro maior exportador de carne bovina para os EUA, atrás apenas do Canadá e da Austrália.
A inflação americana
Dados do Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA apontaram que a inflação perdeu ritmo no país, avançando 0,3% em setembro.
Mesmo assim, o índice que mede a variação anual dos preços avançou para 3%.
O núcleo da inflação registrou alta de 0,2% no mês.
Esses dados foram divulgados em outubro.
O peso do café e da carne na inflação americana
Com a segunda maior alta no índice, o café subiu 18,9% entre setembro de 2024 e setembro de 2025.
Os preços da carne bovina, por sua vez, subiram 14,7% em um ano. Na passagem do mês, os valores subiram 1% nas prateleiras.
Aprovação
Pesquisa Ipsos/Reuters, divulgada em 18 de novembro, indicou que a taxa de aprovação do presidente Donald Trump caiu para 38%, a mais baixa desde seu retorno à Casa Branca.
O aumento dos preços dos alimentos é um dos principais fatores por trás do recuo na aprovação.

