Pela terceira vez na história, um objeto interestelar atravessa o Sistema Solar, e desta vez, ele veio com um detalhe intrigante: um sinal de rádio captado por radiotelescópios.
O protagonista é o cometa 3I/ATLAS, um viajante cósmico que se desloca a mais de 210 mil km/h, despertando curiosidade e especulações em toda a comunidade científica.
A descoberta, realizada enquanto o cometa se aproximava do periélio, ponto mais próximo do Sol, revelou algo inédito: uma emissão contínua de rádio associada à liberação de gases e poeira.
Embora rumores sobre origem alienígena tenham ganhado destaque nas redes, os especialistas confirmaram que o fenômeno é puramente natural. Principais descobertas sobre o 3I/ATLAS:
- Primeiro sinal de rádio detectado de um cometa interestelar;
- Viagem de origem extrassolar, possivelmente há sete bilhões de anos;
- Velocidade extrema de mais de 210 mil km/h;
- Sinais gerados por radicais hidroxila (OH) sob ação da luz solar;
- Comportamento compatível com cometas comuns e ativos.
A origem natural por trás do “sinal misterioso”
A emissão captada veio de moléculas que se quebram quando o cometa se aquece. Ao receber radiação solar intensa, a água presente em sua coma se decompõe, liberando radicais hidroxila. Esses radicais emitem ondas de rádio, identificadas pelos instrumentos do radiotelescópio MeerKAT, na África do Sul.

Esse processo, conhecido como desgaseificação, é característico de cometas em atividade e não tem qualquer indício de origem tecnológica. A descoberta reforça a importância da radioastronomia na detecção de moléculas e compostos no espaço, oferecendo pistas sobre a química dos corpos interestelares e sua história de formação.
O cometa mais antigo já observado
Estudos recentes estimam que o 3I/ATLAS tenha se formado em um sistema estelar distante, localizado nas bordas da Via Láctea, sendo expulso há bilhões de anos. Essa jornada o torna o cometa mais antigo já detectado, um verdadeiro fóssil cósmico.
Durante sua passagem, astrônomos observaram múltiplas caudas brilhantes e uma incomum “anticauda”, efeito visual causado pela interação da luz solar com partículas refletidas em ângulos específicos. Além disso, o corpo celeste apresenta alta concentração de dióxido de carbono, fator que pode explicar parte de seu comportamento atípico e variações de brilho.
Trajetória estável e despedida do Sistema Solar
Apesar da especulação popular, o 3I/ATLAS mantém trajetória estável e previsível, sem sinais de desintegração. Observações recentes confirmam que ele já começa a se afastar do Sol e, em breve, deixará o Sistema Solar definitivamente, seguindo em direção ao espaço interestelar.
O registro de seu sinal de rádio representa um marco para a astronomia moderna, abrindo novas possibilidades de estudo sobre como objetos extragalácticos interagem com a radiação solar. Mais do que um mistério, o 3I/ATLAS é um lembrete de como o cosmo ainda guarda fenômenos surpreendentes, capazes de desafiar a imaginação humana, mesmo quando a explicação é totalmente científica.
Deu em R7

