A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) anunciou recentemente a proibição e o recolhimento de seis marcas de café comercializadas no Brasil.
A medida, que visa proteger a saúde pública, foi tomada após constatações de falhas sanitárias graves, irregularidades na fabricação e ausência de registro junto aos órgãos competentes.
O caso mais recente envolve a marca Vibe Coffee, sediada no Espírito Santo, que passou a integrar a lista de produtos vetados pela agência.
A decisão reforça o alerta aos consumidores sobre a importância de verificar a procedência e a regularização de alimentos vendidos, especialmente em plataformas online.
Café Vibe Coffee é proibido após falhas sanitárias
De acordo com a Anvisa, a Vibe Coffee comercializava produtos sem licença sanitária, tanto em seu site oficial quanto em marketplaces, e apresentava falhas graves nas boas práticas de fabricação.
Entre os problemas identificados estavam a falta de rastreabilidade dos lotes, ausência de procedimentos operacionais padrão e condições inadequadas de higienização durante a produção.
A empresa, que se define como uma microtorrefação artesanal, reconheceu que ainda não possuía os manuais exigidos pela vigilância sanitária.
O proprietário, Luciano Beite, afirmou que o negócio conta com apenas dois funcionários e que já havia solicitado, desde fevereiro, uma vistoria para regularização. Segundo ele, as atividades foram suspensas temporariamente para adequações.
Outras 5 marcas de café também foram proibidas

Anvisa suspende a venda de seis marcas de café e divulga alerta aos consumidores (Foto: Shutterstock)
A Vibe Coffee não é a única na mira da agência. Desde junho, outras cinco marcas de café também foram proibidas e recolhidas do mercado: Oficial, Melissa, Pingo Preto, Café Câmara e Cafellow (Fellow Criativo).
Os motivos variam entre contaminação, uso de ingredientes proibidos e informações enganosas nos rótulos.
- Café Oficial, Melissa e Pingo Preto
Essas três marcas foram classificadas pela Anvisa como “cafés falsos”, devido ao uso de matéria-prima imprópria para consumo, contaminada por micotoxinas, especialmente a ocratoxina A, uma substância tóxica produzida por fungos.
A agência ainda destacou que as embalagens e os rótulos induziam o consumidor ao erro, ao utilizarem expressões como “polpa de café” e “café torrado e moído” acompanhadas de imagens do grão tradicional.
O Grupo Jurerê, fabricante da Pingo Preto, informou que o produto já havia sido descontinuado desde janeiro de 2025 e alegou que se tratava de uma “mistura para preparo de bebidas”, não de café puro.
Já a DM Alimentos, dona do Café Melissa, contestou a decisão e classificou a ação da Anvisa como “tecnicamente equivocada”. A marca Oficial não se manifestou até o momento.
- Café Câmara
A marca Café Câmara também foi retirada do mercado após a detecção de fragmentos semelhantes a vidro em um dos lotes.
A Anvisa determinou o recolhimento imediato de todos os produtos, tanto do tipo extraforte quanto tradicional —, alegando origem desconhecida e inconsistências nos dados de fabricação.
- Cafellow (Fellow Criativo)
Por fim, o café em sachê Fellow Criativo, da marca Cafellow, foi proibido devido ao uso de ingrediente não autorizado no Brasil, o extrato de cogumelo Agaricus bisporus — e por alegações enganosas no rótulo, como “controla a insulina” e “diminui o colesterol”.
A empresa reconheceu o erro e informou que o problema ocorreu por “falta de conhecimento regulatório”, suspendendo temporariamente as vendas até regularizar a formulação.
Como saber se um café está regularizado pela Anvisa?
Para garantir a segurança na hora da compra, o consumidor pode verificar se um produto está autorizado ou irregular por meio do portal da Anvisa:
- Acesse o site consultas.anvisa.gov.br
- Clique em “Produtos Irregulares”
- Pesquise pelo nome da marca, tipo de produto ou data da medida
- Confira o status e as informações oficiais.
Outra forma de checar a procedência é consultar o registro da empresa no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Basta acessar o portal do ministério, buscar pelo CNPJ ou razão social e verificar se o estabelecimento consta como “Ativo”.
Alerta aos consumidores
O aumento no número de cafés proibidos pela Anvisa reforça a importância de atenção redobrada ao adquirir produtos alimentícios, especialmente em lojas virtuais.
Verifique sempre se há selo de inspeção e registro sanitário, evite marcas desconhecidas e priorize empresas certificadas.
A fiscalização pretende proteger a saúde pública e garantir que o café, uma das bebidas mais consumidas no país, seja seguro, autêntico e de qualidade.

