A ideia é simples, mas o estrago é grande. Os adolescentes usam filtros e programas de edição de imagem (como no Snapchat) para criar fotos muito reais de um homem com aparência de morador de rua dentro de casa.
Eles mostram a foto aos pais, inventando uma história: disseram que deixaram o “estranho” entrar para usar o banheiro ou beber água, e que ele até alegou conhecer os pais do trabalho.
Como esperado, os pais surtam na hora, apavorados com a invasão, e mandam o homem sair imediatamente. A graça da pegadinha é filmar tudo e postar no TikTok, onde os vídeos de susto e desespero juntam milhões de visualizações, mantendo a moda viva.4

Pegadinha no TikTok pode causar problemas com a polícia
O problema vai além do susto quando a situação sai do controle. Em muitos casos, os pais, realmente achando que estão em perigo, ligam para a polícia. É aí que uma simples brincadeira vira um problema de segurança pública.
Chamadas de invasão de casa são levadas a sério pela polícia. Policiais são enviados com urgência para um falso crime, gastando tempo, gasolina e mão de obra que seriam necessários para emergências de verdade.

Autoridades nos EUA alertaram sobre o risco. Andy McKinney, da Polícia de Round Rock, disse ao The Verge que a situação pode até “causar uma resposta da SWAT” – o esquadrão de elite –, o que colocaria todos em perigo, inclusive os próprios jovens.
A polícia de Salem, Massachusetts, criticou a moda abertamente. Em nota, disseram que a brincadeira “desumaniza os moradores de rua, causa pânico” e “desperdiça recursos policiais”. Eles destacam que os policiais, quando chegam, não sabem que é mentira e se preparam para o pior, o que “cria uma situação potencialmente perigosa”.
Essa moda é um alerta. Numa época em que a tecnologia cria realidades falsas com um clique, a linha entre a brincadeira e o crime de dar alarme falso fica fina. As autoridades pedem bom senso. É bom ouvir: algumas pegadinhas é melhor deixar de lado.