E os efeitos do maior nível de estresse não ficam restritos à vida pessoal.
No ambiente profissional, os reflexos das dívidas pessoais também ficaram evidentes na pesquisa: 51% dos trabalhadores relataram mais estresse no ambiente de trabalho, 47% exaustão física e 33% queda de produtividade por conta de problemas financeiros.
“Esses números mostram que a instabilidade financeira não é apenas um problema individual, mas um fator que compromete a produção e o clima organizacional. De acordo com a nova NR1 [que estabelece as diretrizes gerais de segurança e saúde no trabalho], esses são riscos que precisam ser mitigados”, afirma Délber Lage, CEO da Salaryfits.
Desde 2024, a NR1 passou a incluir riscos psicossociais entre as responsabilidades das empresas. A expectativa era que a atualização da norma entrasse em vigor em maio de 2025.
Contudo, o governo decidiu adiar o início da vigência para maio de 2026, para permitir que um número maior de empresas pudesse se adequar às novas diretrizes. Atualmente, segundo a SalaryFits, 52% das companhias avaliadas não promovem iniciativas voltadas para a saúde mental de seus funcionários.
Apoio das empresas contra o estresse
A pesquisa mostra que apenas 21% dos trabalhadores têm total controle sobre suas contas e orçamentos pessoais. Esse cenário abre espaço para que as empresas atuem como aliadas, já que 83% dos profissionais acreditam que o empregador pode contribuir com a melhora da sua gestão financeira.
Segundo Lage, “os trabalhadores esperam não só salários competitivos, mas iniciativas concretas de apoio ao bem-estar, como educação financeira, acesso ao crédito com melhores condições e ferramentas que facilitem a gestão de recursos. Esse é um caminho para atender à NR1 e, ao mesmo tempo, fortalecer o vínculo com os colaboradores”.
Os resultados mostram que 49% dos trabalhadores recorrem a recursos extras para complementar o salário, seja por meio de cartão de crédito, empréstimos ou apoio de familiares. A demanda por educação e planejamento, apontada por 87% dos entrevistados, reforça que a informação e a orientação são tão relevantes quanto o próprio recurso, segundo a pesquisa.
Além disso, quando os colaboradores estão com as economias em dia o nível de produtividade aumenta e os benefícios disso impactam diretamente o cotidiano da empresa, seja por um melhor clima organizacional ou pelos resultados de mais alta qualidade”, diz Lage.

