Brasil busca apoio de África do Sul, México, França, Alemanha, Reino Unido e União Europeia para discutir alternativas à tarifa de 50% imposta por Donald Trump aos produtos brasileiros - Fatorrrh - Ricardo Rosado de Holanda
FatorRRHFatorRRH — por Ricardo Rosado

Economia 17/08/2025 12:55

Brasil busca apoio de África do Sul, México, França, Alemanha, Reino Unido e União Europeia para discutir alternativas à tarifa de 50% imposta por Donald Trump aos produtos brasileiros

Brasil busca apoio de África do Sul, México, França, Alemanha, Reino Unido e União Europeia para discutir alternativas à tarifa de 50% imposta por Donald Trump aos produtos brasileiros

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve intensificar as ligações para chefes de Estado e de governo. O objetivo é discutir alternativas à tarifa de 50% determinada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros.

Segundo integrantes do governo, a primeira ligação deve ser para o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa.

Lula já conversou com Narendra Modi, da Índia, Vladimir Putin, da Rússia, e Xi Jinping, da China.

Entre os próximos contatos estão líderes como Emmanuel Macron, da França, Friedrich Merz, da Alemanha, Keir Starmer, do Reino Unido, e Ursula von der Leyen, da União Europeia.

Sobretaxa em vigor

Desde 6 de agosto, está em vigor a medida que eleva em 50% a tarifa de entrada de produtos brasileiros nos Estados Unidos.

O governo brasileiro considera que as negociações estão travadas por decisão de Trump. Integrantes do Palácio do Planalto avaliam que a postura americana tem também caráter político, em meio ao cenário interno do Brasil.

Em resposta, Lula anunciou um pacote de R$ 30 bilhões em crédito para empresas afetadas pela sobretaxa.

A medida busca dar fôlego a exportadores enquanto o país tenta diversificar mercados.

Busca por novos mercados

Além das ligações, a estratégia inclui o reforço das exportações para destinos alternativos. África do Sul e México estão no radar imediato, mas a União Europeia também é vista como parceira fundamental nesse momento.

O governo considera que a movimentação não se limita ao Brics.

A leitura é que a tarifa imposta por Trump tem impacto que vai além do grupo de emergentes, afetando o sistema de comércio internacional como um todo.

Disputa na OMC

Em 11 de agosto, o Brasil formalizou um pedido de consultas à Organização Mundial do Comércio (OMC). Esse movimento abre uma disputa no órgão contra as tarifas aplicadas pelos Estados Unidos.

Lula afirmou, em evento no Palácio do Planalto, que pretende pedir aos países que tomem posição sobre o caso. Segundo o presidente, o debate não deve ser apenas bilateral, mas inserido no contexto mais amplo de defesa do comércio multilateral.

Multilateralismo em pauta

O tema pode ganhar espaço também dentro do Brics. O Brasil ocupa a presidência rotativa do bloco e busca acertar a data de uma reunião virtual entre os líderes.

Entre os pontos que podem entrar na pauta estão a reforma da OMC e a necessidade de fortalecer mecanismos coletivos de negociação.

Aliados de Lula avaliam que há espaço para uma posição conjunta dentro do Brics, ainda que cada país esteja tratando do tarifaço de forma separada. O alinhamento seria uma forma de reforçar a relevância do grupo diante das tensões com os Estados Unidos.

Deu em CPG

Ricardo Rosado de Holanda
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