O volume de saques nas cadernetas de poupança em julho ultrapassou significativamente os depósitos, com uma diferença de R$ 6,25 bilhões.
Este dado, divulgado pelo Banco Central, destaca a contínua tendência de retiradas maiores em comparação aos depósitos, observada ao longo de 2025.
O saldo total de depósitos no mês foi de R$ 363,57 bilhões, enquanto os saques alcançaram R$ 369,82 bilhões. Estes números refletem um padrão de movimentação financeira que se repetiu ao longo do ano.
A situação contrasta com os dados de junho, quando os depósitos superaram os saques em R$ 2,12 bilhões.
O Relatório de Poupança mostrou ainda que os rendimentos creditados nas contas em julho foram de R$ 6,47 bilhões, mantendo o saldo geral das poupanças acima de R$ 1 trilhão.
Apesar disso, o cenário geral é de saques maiores do que depósitos ao longo de 2025.
Desempenho acumulado e comparações anuais
No acumulado de 2025, os saques superaram os depósitos em R$ 55,9 bilhões. Este resultado contrasta com 2024, quando a saída líquida foi de R$ 15,467 bilhões.
Mesmo com o alto volume de saídas, o cenário atual chama atenção por ser o melhor em captação líquida nos últimos quatro anos.
Em 2020, a poupança brasileira registrou uma captação positiva superior a R$ 166 bilhões. No entanto, 2021 foi marcado por uma captação negativa de R$ 35,4 bilhões. Este ano, as saídas continuam altas, mas representam um recuo em relação a 2023, quando a saída líquida alcançou R$ 87,8 bilhões.
Impacto da taxa de juros
A alta na taxa básica de juros (Selic), atualmente fixada em 15% ao ano, é um dos principais fatores que contribuem para o aumento dos saques em relação aos depósitos na poupança.
A rentabilidade da caderneta depende da Selic: quando a taxa é menor ou igual a 8,5% ao ano, o rendimento da poupança é de 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR). Já quando a taxa Selic está acima de 8,5% ao ano, o rendimento é fixado em 0,5% ao mês mais a TR.
Enquanto a taxa Selic permanecer acima de 8,5% ao ano, a segunda fórmula de cálculo da rentabilidade continuará em vigor. Isso tende a influenciar as decisões dos investidores, que buscam alternativas mais rentáveis frente ao cenário econômico atual.
Deu em Forbes