Pela primeira vez na história, mulheres são maioria entre médicos - Fatorrrh - Ricardo Rosado de Holanda
FatorRRHFatorRRH — por Ricardo Rosado
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Mulheres 02/05/2025 12:51

Pela primeira vez na história, mulheres são maioria entre médicos

Pela primeira vez na história, mulheres são maioria entre médicos

Estudo feito pelo Demografia Médica no Brasil (DMB), publicado na quarta-feira (30/4), aponta que as mulheres representam 50,9% dos profissionais da área e a projeção é que até 2035 sejam 55,7%.

Além desse dado histórico, a pesquisa que foi desenvolvida nos últimos 15 anos também apresentou desigualdades extremas na distribuição de profissionais pelo país, a “pejotização” e a mudança nos vínculos de trabalho.

As mulheres como mais da metade dos profissionais atuando no Brasil é uma tendência crescente observada ao longo dos anos. O estudo mostra que, em 2009, elas eram 40,5% de médicas e em 2024, 49,3%. A projeção indica que essa participação feminina se acentuará ainda mais, chegando a 55,7% em 2035.

Segundo o estudo, esse movimento é nítido nas faixas etárias mais jovens de médicos formados e na composição dos estudantes de medicina, onde as mulheres já representavam 61,8% em 2023, especialmente nas escolas privadas.

A Demografia Médica no Brasil 2025 também destaca que essa crescente participação feminina na medicina é um fenômeno que acompanha uma tendência global. A nova configuração da força de trabalho médica, com a maioria sendo mulheres, impacta positivamente a organização do trabalho médico e o funcionamento do sistema de saúde.

Mas ainda é necessário superar as desigualdades de gênero que ainda persistem. O estudo aponta que elas se manifestam na remuneração, na ocupação de cargos de liderança e na distribuição desigual entre as especialidades médicas.

Embora as mulheres sejam maioria em algumas especialidades como dermatologia (80,6%), pediatria (76,8%), ginecologia e obstetrícia (63,4%), medicina de família e comunidade (59,3%) e geriatria (62,1%), os homens ainda predominam em 35 das 55 especialidades, incluindo a maioria das cirúrgicas e urologia (96,5% homens).

Além disso, a renda declarada pelas médicas era menor que a dos homens, equivalente a 63,7% do rendimento deles em 2021.

Outros dados importantes

O estudo também apresentou que a desigualdade na distribuição geográfica ainda é um grande problema no Brasil.

Embora o número total de médicos cresça, a concentração em capitais e grandes centros continua alta, deixando vastas áreas do país, os chamados vazios assistenciais ou desertos médicos, com escassez de profissionais. No Sudeste existe uma taxa de 3,77 médicos a cada mil habitantes e no Norte a média é de 1,70 por mil.

Além da má distribuição, outro fato chama atenção: a “pejotização” desses profissionais. De acordo com a pesquisa, os empregos formais (CLT e estatutários) entre os médicos caiu de 52,5% para 33,3% em uma década.

Este é um fenômeno no mercado de trabalho médico, com implicações para a estabilidade dos profissionais, benefícios e para a forma como o sistema de saúde contrata e gerencia sua força de trabalho.

Deu em Correio Braziliense

Ricardo Rosado de Holanda
Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista