“uma emoção é um estado funcional da mente que coloca o cérebro em um modo particular de operação que ajusta seus objetivos”
Atletas emocionais
Meu ponto central é que você precisa ser um grande atleta emocional para tomar as grandes decisões da vida.
É necessário ser suficientemente apaixonado para sentir e astuto para entender seus sentimentos. A vida não é uma série de problemas de cálculo. É uma questão de movimento – saber como se deslocar por diferentes terrenos e circunstâncias. As emoções guiam o sistema de navegação.
Como Mlodinow escreveu em “Emocional: A Nova Neurociência dos Afetos”, “por mais que as pontuações do quociente de inteligência, o QI, possam se correlacionar com a capacidade cognitiva, o controle e o conhecimento do próprio estado emocional são o mais importante para o sucesso profissional e pessoal”.
Sempre soubemos que as emoções são fundamentais na arte da conexão humana (o que não significa que sejamos sempre bons nisso).
Atualmente, entendemos que elas também são cruciais para ser uma pessoa racional e eficaz no mundo. Mesmo assim, a maioria de nós é emocionalmente inarticulada.
Se você vai contratar alguém, casar-se, fazer amizade, liderar ou treinar uma pessoa, não deveria conhecer seu afeto central, a linha de base emocional que ela carrega ao longo da vida? Não deveria compreender seu perfil emocional, a forma distinta como constrói suas emoções em diversas circunstâncias? Não deveria saber como essa pessoa discerne, rotula e expressa as emoções?
Quando alguém é demitido, raramente é por falta de habilidades técnicas; quase sempre é porque não pode ser treinado, tem problemas de raiva ou é um mau colega de equipe. Em outras palavras, carece de habilidades emocionais, fato que, com frequência, passa despercebido no processo de contratação.
Algumas pessoas são melhores atletas emocionais do que outras – mas não estou certo de que sabemos como avaliar essas habilidades ou de que somos bons em ensiná-las.
Há duas semanas, assisti a dois comícios de campanha presidencial no YouTube, o de Kamala Harris, em Nevada, e o de Donald Trump, em Montana. A diferença entre o perfil emocional dos dois candidatos não poderia ser mais marcante.
Harris estava exuberante, alegre, um vulcão de emoções positivas, mesmo quando falava sobre ser promotora. Trump estava combativo, agressivo, indignado, um vulcão de emoções negativas, mesmo quando falava sobre quanto seu público o ama.
Ser presidente consiste em tomar decisões. Eu adoraria saber como os estilos emocionais opostos dos candidatos podem influenciar sua tomada de decisões.
Gostaria que pensássemos com mais cuidado sobre qual estilo emocional é mais adequado para nossas circunstâncias nos Estados Unidos. Eu gostaria de viver em uma cultura que pudesse falar sobre as emoções com o apreço, a sofisticação e o nível de detalhe que elas merecem.
Deu em c. 2024 The New York Times Company/R7

