5 curiosidades sobre Mata Hari, dançarina exótica e espiã sensual da Primeira Guerra - Fatorrrh - Ricardo Rosado de Holanda
FatorRRHFatorRRH — por Ricardo Rosado

História 16/10/2025 14:50

5 curiosidades sobre Mata Hari, dançarina exótica e espiã sensual da Primeira Guerra

5 curiosidades sobre Mata Hari, dançarina exótica e espiã sensual da Primeira Guerra

Se no cinema já vimos inúmeras histórias de espionagem, missões secretas e femmes fatales, a vida real também está repleta de histórias do tipo (embora nem sempre tão alucinantes quanto as aventuras de James Bond ou Ethan Hunt).

Mas nem todas se destacam quanto a de Mata Hari, uma mulher holandesa que, mesmo que só tenha feito espionagem uma vez, se tornou bastante icônica com sua história única.

Caso você espere se deparar com uma história alucinante, com grandes reviravoltas e trocas de informações durante a guerra… Infelizmente a história de Mata Hari não é bem assim, embora ela tenha vivido eventos realmente notáveis.

Notáveis o bastante para que ela fosse executada a fuzilamento no dia 15 de outubro de 1917, aos 41 anos — exatamente 108 anos atrás —, por espionagem (e também pelo conservadorismo de seu tempo). Conheça mais sobre a vida de Mata Hari em 5 curiosidades:

Mata Hari / Crédito: Getty Images

1. Fuga para Paris

Nascida no dia 7 de agosto de 1876, em Leeuwarden, nos Países Baixos, Margaretha Zelle teve uma vida bastante convencional a princípio, vivendo nas Índias Orientais Holandesas junto ao marido, o capitão Rudolf MacLeod, e seus dois filhos, Norman-John e Jeanne-Louise (também chamada de Non).

No entanto, em dado momento o casamento começou a se deteriorar, em especial após a morte de Norman com apenas 2 anos, quando foi submetido a um tratamento malsucedido com mercúrio. Margaretha acabou perdendo a guarda de Non e, sem mais ninguém, fugiu até Paris, com a esperança de ganhar a vida e conseguir recuperar a guarda da filha.

2. Mata Hari

Se vendo livre das amarras sociais por trás do casamento, Margaretha mergulhou em uma vida de fantasias. Ela passou a se apresentar em Paris com o nome pelo qual mais ficou conhecida, Mata Hari — que significa “olho do dia” em malaio —, com performances de dança em estilo javanês, que aprendeu nas Índia Orientais Holandesas (território que hoje corresponde à Indonésia).

Porém, o que mais chamou atenção nas apresentações era a forma como Hari cativava o público. Por todo o continente, onde se apresentou, suas danças eram quase como strip-teases disfarçados de danças rituais religiosas, e sua personalidade atrevida rapidamente chamou atenção de muitos homens da classe alta.

Foi dessa forma que, parcialmente, Mata Hari conseguiu realizar seu sonho. Ela foi capaz de levar uma nova vida na Europa, e inclusive uma vida bastante extravagante, com passeios regulares pelo Velho Continente, e criando conexões com homens de diferentes regiões.

3. Espionagem

Fotografias de Mata Hari / Crédito: Getty Images

Após o início da Primeira Guerra Mundial, certamente Mata Hari começou a chamar ainda mais atenção, sendo uma figura aparentemente muito requisitada por homens de vários locais. Dessa forma, ela poderia muito bem servir, também, como a espiã perfeita — porém, ambos os lados do conflito tiveram essa ideia.

Conforme repercute a revista Smithsonian, agentes de inteligência franceses e alemães contataram Hari, e pediram-na para espionar em seu nome, em suas viagens. Porém, os franceses foram mais ardilosos, e provavelmente fizeram o pedido na tentativa de a revelar como uma agente dupla alemã; para, com isso, também a incriminar.

4. Agente dupla?

Segundo o New York TimesHari chegou a receber uma comissão da inteligência alemã, mas seu trabalho para eles foi bastante simplório, lhes entregando apenas alguns artigos de jornal e algumas fofocas. Seu único ato de espionagem legítimo foi feito para os franceses.

Na ocasião, ela foi responsabilizada por seduzir um oficial alemão em Madri, na Espanha, para obter mais informações; porém, mesmo sua única missão foi fracassada, e ela não conseguiu nenhuma informação nova relevante.

5. Bode expiatório

Mata Hari / Crédito: Getty Images

No fim, mesmo não tendo sido uma espiã muito eficiente para nenhum dos países que solicitaram seus serviços, em fevereiro de 1917 autoridades francesas prenderam Hari, acusando-a de realizar espionagem para os alemães.

Embora não tivessem provas para tal acusação, a dançarina sedutora serviu como um bode expiatório perfeito para compensar as derrotas que a França sofreu na guerra, devido à alegada conexão com os alemães, e por isso ela foi condenada à morte por fuzilamento. Mata Hari faleceu aos 41 anos, no dia 15 de outubro de 1917, há exatos 108 anos.

Como uma espiã recruta e sem qualquer treinamento, ela nunca foi capaz de obter informações verdadeiramente úteis; mas os preconceitos da época com sua promiscuidade, charme exótico e desafio às normas sociais eram o bastante para que ela fosse execrada.

Ainda assim, certamente sua trajetória deixou uma verdadeira marca, e mesmo hoje, mais de um século após sua morte, ela continua lembrada.

Ricardo Rosado de Holanda
Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista