Saúde 30/08/2024 09:58
40% dos médicos do Brasil apresentam quadros de doença mental, aponta pesquisa
De acordo com levantamento, a saúde mental da classe médica melhorou quando comparada à 2022. No entanto, incidência de casos de ansiedade, depressão e burnout ainda preocupam
Um levantamento realizado pela Afya, um hub de educação e soluções para a prática médica, revelou que 39,8% dos médicos no Brasil sofrem de algum tipo de transtorno mental.
A pesquisa “Qualidade de vida dos médicos”, feita entre 2 de julho e 6 de agosto de 2024, avaliou a saúde mental de profissionais de saúde de diferentes especialidades e estudantes de medicina.
O levantamento ouviu 2.005 voluntários. Os resultados revelaram que, do número total de médicos enfrentam algum tipo de sofrimento mental, duas em cada três afetadas são mulheres.
A faixa etária entre 25 e 35 anos também registra dados especialmente preocupantes, com 49,6% dos profissionais sofrendo de transtornos mentais.
“A proposta do estudo é manter um panorama vivo e dinâmico sobre a qualidade de vida médicos e, a partir disso, incentivar a comunidade a criar soluções que deem suporte e acolhimento a este público”, explica Eduardo Moura, médico e diretor de pesquisa do Research Center da Afya, em comunicado.
“Ao compreender esse cenário, podemos promover um ambiente de trabalho mais saudável, prevenindo o esgotamento e assegurando a continuidade de um cuidado médico de qualidade para toda a população.”
Os dados mostram uma leve melhora em relação a 2022, quando o país ainda enfrentava a pandemia de Covid-19. Naquele período, a saúde mental dos profissionais de saúde entrou em destaque, evidenciando sobrecargas e ambientes de trabalho desgastantes, com longos turnos e altas demandas.
No estudo Panorama de Saúde Mental, realizado em 2022 pela Afya, apenas 30,6% dos médicos não haviam apresentado sintomas de depressão ao longo de sua carreira. Para 34% daqueles com um diagnóstico atual de depressão, a doença surgiu ao longo de 2022.
Diagnóstico preocupante
No entanto, os quadros depressivos continuam a ser uma preocupação em 2024. Conforme a nova pesquisa, 22,1% dos profissionais já foram diagnosticados com esse transtorno.
Destes, 19,9% estão em tratamento e acompanhamento com especialistas, enquanto 2,2% não recebem tratamento. Além disso, 17,1% dos médicos apresentam sintomas, que envolvem mudanças no apetite e uma constante sensação de tristeza, mas não estão em tratamento.
A ansiedade é o transtorno mais frequente entre os profissionais de saúde, e foi diagnosticada em 33,5% dos entrevistados. Dentre eles, 27,1% estão em tratamento, enquanto 6,4% não recebem nenhum tipo de assistência, apesar de terem recebido diagnóstico.
Além disso, 23,9% dos médicos mencionaram ter sintomas, mesmo sem um diagnóstico formal. As mulheres são mais impactadas: enquanto 40% das médicas sofrem de ansiedade, apenas 25,1% dos homens possuem o transtorno.
O burnout, uma síndrome associada ao esgotamento profissional e ao excesso de trabalho, também é significativo entre os profissionais de saúde, aparecendo em 6,7% dos casos.
Metade desses diagnósticos foi realizada nos últimos 12 meses, e 2% dos médicos diagnosticados com burnout não estão sob cuidados especializados.
Contudo, mais da metade dos médicos entrevistados afirmam já ter apresentado sintomas de burnout, mesmo sem um diagnóstico oficial.
Desde 2014, o mês de setembro é marcado pela campanha Setembro Amarelo, criada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para aumentar a conscientização sobre o suicídio e a saúde mental da população em geral.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2019, 10,2% das pessoas com 18 anos ou mais receberam diagnóstico de depressão.
Quando comparada a média nacional, os números de diagnósticos dos profissionais de saúde se mostram bem mais elevados e preocupantes.
“Precisamos quebrar o estigma das doenças mentais e humanizar a figura do médico como um ser humano que também enfrenta adversidades e indecisões ao longo da jornada”, disse Moura.
“Tratar corretamente sintomas oriundos de condições mentais em desequilíbrio é uma etapa importante para uma vida mais equilibrada e saudável.”
Visando atender essa demanda, o Projeto de Lei nº 4748 de 2023 estabelece medidas específicas para a saúde mental voltadas ao atendimento dos profissionais da área.
Em tramitação no Senado e na Câmara dos Deputados, o PL garante que esses profissionais tenham direito ao suporte psicológico em seus próprios ambientes de trabalho e exige que as unidades de saúde implementem estratégias para prevenir o estresse emocional entre seus colaboradores.
Durante o mês de setembro, a Afya oferece suporte médico e psicológico gratuito para médicos e estudantes de medicina em todo o Brasil que estiverem enfrentando dificuldades emocionais.
O acesso à plataforma poderá ser feito através do botão “Está tudo bem?”, disponível no site oficial do grupo.
Deu em Galileu
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