Um homem foi condenado a mais de três anos de prisão em Xangai por adulterar, em três ocasiões, a bebida de um colega de trabalho com substâncias sedativas, conhecidas popularmente como “soro da verdade”, na tentativa de roubar informações sobre um plano profissional.
O caso teve início em agosto de 2022, quando Li, funcionário de uma empresa em Xangai, decidiu testar um líquido adquirido durante uma viagem de negócios.
Segundo ele, o vendedor afirmou que algumas gotas da substância fariam qualquer pessoa dizer a verdade. Li então escolheu seu colega Wang como alvo, com a intenção de extrair dados de seu plano de trabalho.
Em 29 de agosto daquele ano, durante um jantar no distrito de Xuhui, Li misturou o líquido com vinho amarelo e cerveja. Wang passou mal após o encontro e procurou atendimento médico nos dois dias seguintes. Em 13 de outubro, durante outro jantar, dessa vez no distrito de Yangpu, Li repetiu a prática. Wang novamente apresentou sintomas como tontura e vômito.
A terceira adulteração ocorreu em 6 de novembro, quando Li serviu a bebida misturada com chá de crisântemo. Após apresentar mais uma vez tontura e perda de consciência, Wang procurou ajuda médica no dia seguinte. Foi então que começou a desconfiar de uma possível contaminação.
Exames de urina e cabelo confirmaram a presença de clonazepam e xilazina, sedativos potentes do sistema nervoso central. O clonazepam é classificado como droga psicotrópica de Classe II pela legislação chinesa, com uso controlado.
Após ser confrontado pelas autoridades, Li confessou os três episódios. Ele foi considerado culpado pelo Tribunal Popular do Distrito de Jing’an por indução ao uso de drogas por meio de fraude. A pena foi de três anos e três meses de prisão, além de uma multa equivalente a cerca de 1.400 dólares.
O estado de saúde de Wang e possíveis efeitos de longo prazo ainda não foram divulgados. Promotores alertaram para o risco de substâncias disfarçadas em alimentos e bebidas de aparência comum, como balas, biscoitos e chás.