Guerras 20/07/2025 17:16

OTAN dá ultimato: “Putin, pare com isso imediatamente!”

Uma nova e perigosa “guerra invisível” está se desenrolando nos céus da Europa, com centenas de aviões comerciais perdendo seus sistemas de navegação a cada semana.

Essa situação alarmante tem deixado a OTAN extremamente preocupada e levado a um ultimato direto a Vladimir Putin: se um avião comercial cair devido a essas interferências, haverá uma resposta militar.

Em 26 de dezembro de 2024, o voo 8243 da Azerbaijan Airlines, que levava 67 pessoas de Baku para Grozny, caiu, resultando em 38 mortes. Embora a Rússia tenha negado responsabilidade, o acidente revelou um problema muito maior que afeta a segurança aérea diariamente.

O Problema do GPS: Jamming e Spoofing

O ataque aos sistemas de navegação ocorre de duas formas principais:

  • Jamming: Imagine alguém gritando alto enquanto você tenta falar ao telefone. A Rússia transmite um sinal potente que “abafa” o GPS, fazendo com que o piloto perceba imediatamente a perda do sinal e possa agir. É perigoso, mas o piloto sabe que algo está errado.
  • Spoofing: Esta é a técnica mais perigosa. É como se alguém falsificasse o GPS do seu carro para fazê-lo acreditar que está indo para casa, quando na verdade está sendo levado para um precipício. O piloto continua a ver informações no GPS, mas elas são falsas. Ele pensa que está navegando corretamente, mas está sendo enganado.

Atualmente, a Rússia está evoluindo do jamming para o spoofing, e em 2025, a maioria dos ataques já são desse tipo. Isso não é um acidente, mas uma escalada intencional.

A Fonte dos Ataques: Kaliningrado

Cientistas poloneses, por meio de uma investigação detalhada de milhares de dados de voos, conseguiram triangular a fonte das interferências com precisão de um quilômetro: duas instalações militares russas em Kaliningrado, o complexo de antenas de Okunevo e a base naval de Baltiysk.

Kaliningrado é um território russo isolado entre a Polônia e a Lituânia. Para Putin, essa área é estratégica, considerada um “punhal” apontado para o coração da OTAN.

A região abriga alguns dos sistemas de guerra eletrônica mais avançados do mundo, como o Murmansk-BN, que pode interferir em comunicações via satélite da OTAN em todo o planeta.

Além disso, Kaliningrado também possui mísseis Iskander com capacidade nuclear, que podem atingir capitais europeias em minutos.

A interferência nos aviões civis é vista como um teste das defesas da OTAN, buscando fraquezas na aliança ocidental.

A Armadilha de Putin

A reação russa ao acidente da Azerbaijan Airlines, negando inicialmente a responsabilidade e inventando teorias da conspiração, pode ser um padrão para o futuro.

Se um avião comercial cair no Mar Báltico devido à guerra eletrônica russa, Putin provavelmente usará a mesma estratégia, negando, culpando a OTAN e lançando campanhas de desinformação. Isso dificultaria uma resposta rápida e unificada da OTAN, dando tempo a Putin para moldar a narrativa.

As Opções da OTAN

A OTAN tem algumas opções, cada uma com seus próprios riscos:

  • Pressão indireta: Aumentar a ajuda militar à Ucrânia, impor novas sanções econômicas e acelerar a produção de armamentos ocidentais. Esta estratégia já está em uso, mas não se sabe se será suficiente para deter Putin.
  • Ação militar secreta: Usar ciberataques para desativar os sistemas de guerra eletrônica em Kaliningrado ou destacar forças especiais para sabotar fisicamente as antenas. A Ucrânia já demonstrou a viabilidade de tais operações com drones. No entanto, a descoberta de soldados da OTAN em território russo seria uma catástrofe diplomática.
  • Ataques aéreos diretos: Uma campanha aérea coordenada contra Kaliningrado poderia destruir as instalações de guerra eletrônica russa. Contudo, isso seria considerado uma declaração de guerra por Putin.

O Artigo Cinco e a Estratégia Russa

A grande preocupação é que Putin possa estar provocando a OTAN para atacar Kaliningrado primeiro. O Artigo Cinco do tratado da OTAN afirma que um ataque a um membro é um ataque a todos, mas só se aplica se um país da OTAN for atacado primeiro.

Se a Rússia conseguir provocar um ataque inicial, Putin poderia argumentar que a Rússia foi atacada e que o Artigo Cinco não deveria ser aplicado, dividindo a OTAN entre aqueles que exigiriam uma resposta total e aqueles que pediriam a desescalada.

Enquanto a OTAN estivesse dividida, Putin poderia agir, talvez tentando tomar o Corredor de Suwalki para “proteger” Kaliningrado ou isolando os países bálticos.

Impacto Econômico e o Futuro

Além dos riscos militares, a guerra eletrônica russa também está corroendo a estrutura econômica da aviação e do transporte marítimo.

As companhias de seguro não sabem como classificar esses ataques eletrônicos (guerra ou acidente?), o que tem levado a aumentos drásticos nos preços ou ao cancelamento da cobertura na região. Putin parece ter descoberto como atacar sem disparar um único tiro, desestabilizando o sistema financeiro que sustenta o comércio europeu.

A OTAN está correndo contra o tempo, desenvolvendo sistemas alternativos de navegação, como o R-Mode, que usa ondas de rádio terrestres.

A Europa precisa desenvolver defesas contra a guerra eletrônica russa e encontrar uma resposta que não a coloque em uma armadilha.

Deu em Realidade Militar/MSN

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista