Durante passagem pela superfície solar, a sonda Solar Parker, da Nasa, obteve as imagens mais próximas do Sol já registradas na história.
O feito impressionante, que ocorreu no final do ano passado, foi divulgado só recentemente, no último dia 10 de julho, pela agência espacial norte-americana.
Realizadas com o instrumento Wide-Field Imager for Solar Probe (WISPR), a apenas 6,1 milhões de km da superfície solar, as novas imagens oferecem uma visão mais aprofundada do que acontece com o vento solar logo após sua liberação da coroa do Sol.
Mais que isso, os registros podem ajudar cientistas a desvendarem mistérios sobre esse vento, que é, na verdade, um fluxo de partículas subatômicas liberadas pelo Sol a uma velocidade a mais de 1,6 milhões de km/h. Ele ajuda a gerar auroras, desintegrar atmosferas de planetas e pode até mesmo sobrecarregar as redes elétricas e afetar as comunicações na Terra.
Além do mais, as imagens revelam pela primeira vez em alta resolução a colisão de várias ejeções de massa coronal (EMC), que são explosões de partículas carregadas fundamentais para o clima espacial.
“Nessas imagens, vemos as EMC basicamente se acumulando umas sobre as outras”, observa em comunicado o cientista Angelos Vourlidas, que opera a Solar Parker em Laurel, Maryland, nos Estados Unidos. “Estamos usando isso para descobrir como as EMC se fundem, o que pode ser importante para o clima espacial”.
Para Nicky Fox, administradora associada da Diretoria de Missões Científicas da Nasa em Washington, esta é uma oportunidade para a humanidade testemunhar com os próprios olhos — e não só com modelos científicos — de onde as ameaças climáticas espaciais à Terra começam.
Esses novos dados nos ajudarão a aprimorar significativamente nossas previsões climáticas espaciais para garantir a segurança de nossos astronautas e a proteção de nossa tecnologia aqui na Terra e em todo o sistema solar”, afirma.
O vídeo abaixo mostra as imagens mais próximas já tiradas do Sol em detalhes. Confira:
Como foi a aproximação da sonda
A Sonda Solar Parker iniciou sua maior aproximação em 24 de dezembro de 2024. Nos dias de periélio, quando há a menor distância entre a Terra e o Sol, a sonda deslizou pela coroa solar e coletando dados com vários instrumentos científicos, incluindo o WISPR.
Com isso, os cientistas concluíram que o vento solar rápido é em parte alimentado por curvas na superfície do Sol. No entanto, ainda é preciso uma visão mais atenta para entender o vento solar lento, que viaja a 353 km/s (metade da velocidade do vento solar rápido).
Essa compreensão é importante porque a interação com o vento solar rápido pode criar condições de tempestade solar moderadamente fortes na Terra.
“Compreender esse fluxo contínuo de partículas, particularmente o lento vento solar, é um grande desafio, especialmente dada a diversidade das propriedades desses fluxos — mas com a Parker Solar Probe, estamos mais perto do que nunca de descobrir suas origens e como evoluem”, considera Nour Rawafi, cientista do projeto Parker Solar Probe.
A próxima passagem da sonda em proximidade com a coroa do Sol está marcada para 15 de setembro de 2025.
Deu em Galileu