Às vésperas de reunião com o comitê recém-criado pelo governo para enfrentar a crise provocada pela ameaça de taxação dos produtos brasileiros anunciada por Donald Trump, industriais da CNI (Confederação Nacional da Indústria) promoveram uma reunião de emergência para apelar por mais prazo para reação à medida.
Em nota, obtida pelo blog em primeira mão, a CNI defende prazo de 90 dias para análise e adaptação às possíveis mudanças, prometidas pelo governo americano a partir de 1 de agosto.
“Durante o encontro, os representantes do setor produtivo alinharam a defesa de um adiamento mínimo de 90 dias na aplicação das novas tarifas. Esse prazo é considerado essencial para que a indústria brasileira possa analisar de forma mais aprofundada os efeitos da medida, além de buscar soluções diplomáticas para evitar perdas mais amplas”, diz nota da CNI.
A reunião de industriais brasileiros com o comitê do Executivo capitaneado pelo vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, está prevista para as 10h da manhã desta terça-feira (15).
Com o grupo, o governo pretende delimitar o estrago provocado pela medida anunciada por Trump e desenhar ações para amenizar o impacto sobre as exportações brasileiras.
Estão previstas para esta terça reuniões com representantes da aviação, aço, alumínio, celulose e outros. Na parte da tarde, o governo deve sentar-se à mesa com representantes da agricultura. Os setores mais afetados serão os exportadores de laranja, carne, couro, entre outros
Veja a nota da Confederação Nacional da Indústria
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, convocou no fim da tarde desta segunda-feira (14) uma reunião virtual de emergência com os presidentes das federações das indústrias de todo o país para discutir o anúncio do governo norte-americano, feito na semana passada, de elevação tarifária de até 50% sobre produtos brasileiros.
A reunião contou também com a participação da secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Tatiana Lacerda Prazeres, e teve como foco a avaliação dos impactos econômicos e sociais da medida.
Durante o encontro, os representantes do setor produtivo alinharam a defesa de um adiamento mínimo de 90 dias na aplicação das novas tarifas. Esse prazo é considerado essencial para que a indústria brasileira possa analisar de forma mais aprofundada os efeitos da medida, além de buscar soluções diplomáticas para evitar perdas mais amplas.
A estimativa preliminar apresentada durante a reunião aponta para uma possível perda de pelo menos 110 mil postos de trabalho, caso a medida entre em vigor nos termos anunciados, além de forte impacto negativo no PIB.
Os participantes também destacaram a importância de conduzir o processo com prudência, equilíbrio e diálogo técnico, preservando os canais institucionais entre os dois países e reforçando a necessidade de cooperação para manter relações comerciais estáveis e previsíveis.
A secretária de Comércio Exterior do MDIC assegurou que as ponderações serão encaminhadas ao governo.