Comércio 13/07/2025 09:16

Índia negocia acordo comercial com EUA para evitar tarifas elevadas

 está em fase avançada de negociações comerciais com os Estados Unidos, buscando fechar um acordo provisório que limite as tarifas de importação a menos de 20%, segundo informações da Bloomberg.

A medida colocaria o país em uma posição mais favorável em comparação a outras nações asiáticas recentemente notificadas sobre novas tarifas comerciais.

Ao contrário de diversos países que receberam  tarifárias dos EUA nesta semana, a expectativa é que a Índia não seja penalizada, o que a destacaria no atual contexto geopolítico. Apesar da iminência do acordo, a data de seu anúncio oficial ainda não foi confirmada.

Termos, impasses e expectativas futuras

O acordo em discussão deverá fixar uma tarifa básica inferior a 20%, contrapondo-se à taxa de 26% inicialmente sugerida. A proposta tem caráter provisório, o que permitirá continuidade nas negociações e oportunidade para que a Índia resolva pendências antes da formalização de um pacto definitivo.

Índia busca condições mais favoráveis que as impostas ao Vietnã, atualmente sujeito a tarifas de 20% e tentando renegociar. Até agora, o Reino Unido é o único país que teve um acordo oficializado por Donald .

Mesmo sendo um dos primeiros países a buscar diálogo com a  neste ano, as negociações entre EUA e Índia enfrentam tensões recentes, sobretudo em pontos como:

  • Pressão para que a Índia abra seu mercado a culturas geneticamente modificadas, medida rejeitada por Nova Déli por temor aos agricultores locais;
  • Barreiras não tarifárias no setor agrícola;
  • Processos regulatórios no setor farmacêutico.

Uma delegacão indiana deverá visitar Washington em breve para avançar nas tratativas. O governo indiano já entregou sua proposta final aos EUA.

Reação de Lula e pressão sobre o BRICS

Enquanto a Índia busca um entendimento bilateral com os Estados Unidos, o  enfrenta retaliações comerciais do governo Trump. Foi anunciada uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, com entrada em vigor prevista para 1º de agosto.

A medida foi tomada poucos dias após a Cúpula do BRICS no Rio de Janeiro, evento que abordou temas como multilateralismo e cooperação Sul-Sul. Trump justificou a decisão alegando:

  • Ações judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro;
  • Conflitos com redes sociais americanas;
  • Práticas comerciais brasileiras consideradas danosas aos interesses dos EUA.

Em entrevista ao Jornal Nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu:

“Não perco a calma e não tomo decisões com 39 graus de febre. O Brasil utilizará a Lei da Reciprocidade quando necessário e vai tentar com a OMC e outros países tomar uma posição para saber quem está [errado]”.

Lula indicou que o Brasil poderá acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) e buscar apoio internacional em resposta às sanções.

Deu em ContraFatos

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista