Brasil 09/07/2025 09:13

Brasileiros desistindo do país? Êxodo bate recorde em 2025 com fuga de milionários, profissionais e até trabalhadores comuns

O Brasil está prestes a bater um novo recorde em 2025: o de cidadãos que decidem deixar o país em busca de novas oportunidades no exterior.

De acordo com declarações do youtuber Ricardo Molina, publicadas originalmente em seu canal no YouTube, esse movimento migratório ganhou força entre milionários, profissionais altamente qualificados e até trabalhadores comuns.

As informações foram detalhadas por Molina com base em dados de consultorias internacionais e órgãos oficiais, reforçando uma tendência de saída crescente que já vinha se desenhando nos últimos anos.

Êxodo de brasileiros ganha força em 2025

Conforme destacou Ricardo Molina, um relatório recente da consultoria britânica Henley Partners confirma que o Brasil aparece entre as principais nações com fluxo intenso de emigrantes, sobretudo entre investidores com patrimônio a partir de 1 milhão de dólares, empresários, profissionais especializados e, em menor escala, trabalhadores em busca de oportunidades de emprego no exterior.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, já são cerca de 5 milhões de brasileiros vivendo fora do país — com destaque para os Estados Unidos, que abrigam a maior comunidade, seguidos de Portugal, onde já se encontram mais de 500 mil cidadãos brasileiros.

O fenômeno do êxodo, no entanto, tem se expandido também para países vizinhos, como Uruguai e Paraguai, que vêm atraindo brasileiros principalmente por vantagens fiscais e custo de vida reduzido.

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Motivos da fuga de brasileiros: segurança e economia

Entre os principais motivos para esse fluxo migratório, Ricardo Molina elenca a insegurança pública, que afeta principalmente quem possui maior poder aquisitivo, como empresários e profissionais de alta renda, e a elevada carga tributária, considerada um obstáculo para quem deseja empreender.

Além disso, a perda do poder de compra em razão da inflação tem se tornado uma queixa recorrente, mesmo entre empresários e profissionais liberais.

“É comum ouvir desses brasileiros que, apesar do esforço e do aumento da renda, os salários perdem para a inflação, o que acaba motivando a busca por alternativas fora do país”, comentou Molina.

O especialista ainda chama atenção para o desejo de muitos em encontrar qualidade nos serviços públicos e um ambiente de negócios mais favorável, citando como exemplo a Itália, que passou a oferecer condições facilitadas para investidores estrangeiros interessados em ingressar no mercado europeu.

A busca por melhores oportunidades de trabalho e crescimento na carreira fecha a lista dos motivos mais frequentes para a decisão de emigrar.

Destinos preferidos por milionários e trabalhadores comuns

Surpreendentemente, segundo levantamento da Henley Partners destacado por Ricardo Molina, os Emirados Árabes Unidos lideram a preferência dos milionários que deixam seus países de origem em 2025, com Dubai se consolidando como principal destino desse perfil de imigrante.

Já entre trabalhadores em busca de emprego, os Estados Unidos permanecem no topo das escolhas, apesar das recentes mudanças na política migratória do país.

De acordo com Molina, enquanto o Reino Unido deve perder cerca de 15 mil milionários ao longo deste ano, a China vem logo atrás, com estimativa de 7.500 pessoas desse perfil deixando o país.

O Brasil aparece na sexta posição, com previsão de saída de 100 milionários com perfil de investidor apenas em 2025.

Em termos de profissionais qualificados e trabalhadores, a projeção é que mais de 10 mil brasileiros devem migrar apenas para os Estados Unidos neste ano, além de milhares buscando oportunidades em outras nações.

Apesar das discussões sobre restrições migratórias, principalmente nos Estados Unidos, Ricardo Molina esclarece que, conforme as políticas revisadas nos últimos meses, não há endurecimento para vistos de trabalho ou para investidores.

“O que mudou foi a fiscalização sobre vistos de turista e estudante, além do controle nas fronteiras. Porém, as portas para quem deseja trabalhar ou investir continuam abertas, e até tendem a melhorar diante da necessidade do país em atrair mão de obra qualificada”, pontuou Molina.

Um exemplo citado é o recente avanço em legislações estaduais nos Estados Unidos, como a decisão do Texas em facilitar a atuação de médicos estrangeiros.

Agora, em 14 estados, médicos formados fora do país podem atuar após passar por provas de revalidação, sem necessidade de refazer residência médica.

Segundo Molina, essa mudança reflete a escassez crescente de profissionais de saúde, cenário que tende a se repetir em setores como tecnologia da informação, engenharia e agricultura.

Os principais vistos procurados por brasileiros atualmente incluem o EB2 NW (para profissionais de habilidades excepcionais), EB1A (para talentos extraordinários) e o EB3, que pode ser solicitado por trabalhadores sem qualificação específica (unskilled), com experiência (skilled) ou com nível superior (professional).

Conforme explicou Ricardo Molina, o visto EB3 vem sendo uma alternativa cada vez mais acessível para quem deseja emigrar de maneira regular, sem arriscar travessias pela fronteira, atuando em redes de fast food, logística ou hotelaria, por exemplo.

Mudança no perfil dos brasileiros que deixam o país

Nas décadas passadas, o perfil do imigrante brasileiro era formado majoritariamente por pessoas em busca de funções básicas, com o objetivo de trabalhar por um tempo e enviar recursos para o Brasil.

Conforme lembra Molina, muitos desses imigrantes eram de cidades como Governador Valadares, que ganhou o apelido de “Governador Valadólares” devido à quantidade de dinheiro enviada pelos mineiros ao longo dos anos.

Hoje, entretanto, médicos, engenheiros, advogados, empresários e profissionais de tecnologia representam uma fatia crescente dos brasileiros que partem para o exterior.

Até mesmo trabalhadores com menor qualificação já conseguem acesso a empregos regulares por meio de programas de recrutamento, sem necessidade de recorrer a meios informais ou perigosos.

Ainda segundo Molina, o aumento da migração qualificada teve início por volta de 2017 e segue em alta.

Dados oficiais mostram que, só em 2024, mais de 15 mil brasileiros se naturalizaram cidadãos americanos, um crescimento de 6% em relação ao ano anterior.

O movimento, que inclui tanto profissionais altamente qualificados quanto trabalhadores comuns, tende a se intensificar nos próximos anos, consolidando o êxodo de brasileiros rumo a novos destinos.

Diante desse cenário, será que o Brasil conseguirá reverter essa onda migratória nos próximos anos, ou veremos cada vez mais cidadãos buscando qualidade de vida e segurança fora do país?

Deu em CPG

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista