Energia. 08/07/2025 13:30
Trump critica confiabilidade de energias renováveis e pede fim de subsídios para eólica e solar
A discussão sobre a confiabilidade de energias renováveis vem ganhando força no cenário global. De fato, enquanto diversos países apostam em fontes limpas como solar e eólica, alguns líderes políticos ainda demonstram resistência.
Nesse contexto, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adotou uma postura bastante crítica em relação a essas tecnologias durante seu mandato.
Em um de seus decretos mais controversos, Trump declarou que as fontes renováveis seriam caras, instáveis e prejudiciais à rede elétrica. Portanto, determinou cortes de impostos e o fim de subsídios federais para projetos que envolvem energia limpa. Essas ações reverteram políticas de incentivo adotadas por administrações anteriores.
Com isso, o debate sobre o verdadeiro potencial dessas fontes ganhou novo fôlego. Afinal, até que ponto as energias renováveis são confiáveis? E, sobretudo, como garantir uma transição energética segura e eficaz?
Desde os anos 1960 e 1970, a confiabilidade de energias renováveis levanta questionamentos. Naquela época, ainda que as primeiras turbinas eólicas e painéis solares começassem a surgir, muitos especialistas apontavam a intermitência como um dos principais desafios.
Afinal, o sol não brilha o tempo todo, e o vento nem sempre sopra com intensidade suficiente.
Durante a crise do petróleo de 1973, o mundo foi forçado a buscar alternativas. Por esse motivo, os Estados Unidos passaram a investir em fontes alternativas, e a energia solar ganhou visibilidade.
Paralelamente, projetos eólicos experimentais começaram a ser testados em estados como a Califórnia.
Contudo, apesar do esforço inicial, a adoção dessas fontes em larga escala esbarrou em obstáculos técnicos e econômicos. Por um lado, os equipamentos apresentavam baixa eficiência. Por outro, os custos de instalação permaneciam elevados.
Além disso, a falta de soluções eficazes de armazenamento agravava o problema da intermitência. Isso fortalecia o argumento dos críticos.
Apesar dos desafios iniciais, o cenário começou a se transformar significativamente nas últimas duas décadas. À medida que a tecnologia avançava, tanto a energia solar quanto a eólica tornaram-se mais eficientes e, ao mesmo tempo, mais baratas.
De acordo com a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), o custo da energia solar fotovoltaica caiu mais de 80% desde 2010. Ao mesmo tempo, a energia eólica acompanhou essa tendência de queda.
Além disso, surgiram baterias de lítio mais acessíveis e eficazes, permitindo o armazenamento da energia excedente. Como resultado, tornou-se possível compensar os momentos de baixa produção com uso posterior.
Da mesma forma, soluções híbridas — como a combinação de solar, eólica e pequenas hidrelétricas — começaram a se popularizar. Isso contribuiu para uma geração mais estável.
Embora ainda existam obstáculos, é inegável que esses avanços contribuíram para reforçar a confiabilidade de energias renováveis. No entanto, mesmo com esses progressos, lideranças conservadoras, como Donald Trump, continuam resistindo à transição energética em nome da estabilidade imediata.
Durante seu governo, Trump priorizou os combustíveis fósseis e promoveu políticas que beneficiavam o setor de petróleo, gás e carvão. Em diversas ocasiões, alegou que essas fontes seriam mais confiáveis e sustentáveis economicamente.
Além disso, chegou a afirmar que as turbinas eólicas matam pássaros e que os painéis solares aumentam a dependência da China. Esse país domina boa parte da cadeia produtiva desses equipamentos.
Por consequência, seu governo adotou medidas concretas. Um decreto presidencial determinou o fim gradual dos subsídios federais destinados a projetos de energia solar e eólica.
Em paralelo, orientou o Departamento do Tesouro e o Departamento do Interior a revisar os incentivos existentes. As agências deveriam ainda elaborar relatórios detalhados com as ações implementadas.
Nesse contexto, Trump procurava reduzir qualquer política que, segundo sua visão, favorecesse energias limpas em detrimento das tradicionais. Portanto, sua decisão representava mais do que uma mudança técnica. Tratava-se de um posicionamento ideológico e estratégico.
Logo após o anúncio, especialistas e ambientalistas reagiram com veemência. Muitos argumentaram que a medida ignorava os avanços tecnológicos recentes e os benefícios ambientais das fontes limpas.
Ao mesmo tempo, lembraram que os combustíveis fósseis também contam com subsídios governamentais. Em muitos casos, são ainda mais generosos.
Além disso, diversos analistas alertaram para o risco dos Estados Unidos perderem espaço na corrida global por inovação energética. Enquanto outras nações, como Alemanha, China e Dinamarca, avançavam em pesquisa e desenvolvimento, os EUA poderiam ficar para trás ao limitar o apoio à modernização da matriz elétrica.
Portanto, as consequências ultrapassavam o âmbito ambiental. Elas atingiam também a competitividade internacional e a segurança energética de longo prazo.
Quando falamos em confiabilidade de energias renováveis, devemos considerar mais do que apenas a constância da produção. Certamente, a intermitência representa um desafio.
Contudo, sistemas bem planejados, com fontes diversificadas e tecnologias de armazenamento, conseguem minimizar esses efeitos.
Além disso, a confiabilidade depende da resiliência do sistema frente a eventos extremos, como crises geopolíticas, desastres naturais ou oscilações de mercado.
Sob esse aspecto, as fontes renováveis apresentam uma grande vantagem: sua descentralização e origem local reduzem a vulnerabilidade.
Por essa razão, cada vez mais países adotam redes inteligentes — as chamadas smart grids —, que permitem maior controle, automação e eficiência na distribuição da energia.
Dessa forma, é possível responder com rapidez às mudanças na demanda e evitar apagões.
Com o avanço das tecnologias e o amadurecimento do mercado, torna-se evidente que as energias limpas ocupam papel central na matriz do futuro.
Governos, investidores e empresas já reconhecem essa realidade. E, para garantir esse futuro, é essencial consolidar a confiabilidade das energias renováveis.
Isso significa continuar investindo em pesquisa, ampliar a capacidade de armazenamento, incentivar a produção descentralizada e promover políticas públicas que estimulem a inovação.
Afinal, uma matriz diversificada e resiliente representa não apenas segurança, mas também independência energética.
Ao mesmo tempo, países que lideram essa transição conquistam vantagens competitivas. Criam novos empregos, atraem investimentos e se destacam como protagonistas na revolução energética global.
A crítica de Trump à confiabilidade de energias renováveis revela uma visão conservadora, que enxerga mudança com cautela.
No entanto, os fatos mostram que as fontes limpas evoluíram, ganharam eficiência e hoje apresentam condições reais de atender à demanda com segurança.
Diante disso, é necessário abandonar paradigmas ultrapassados e apostar em soluções duradouras.
A transição energética já está em andamento. Para avançar, ela precisa de confiança — não apenas nas tecnologias, mas também na capacidade humana de inovar, se adaptar e construir um futuro sustentável.
Deu em CPG
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