Política 04/07/2025 09:06

Oito partidos vão ao STF para garantir derrubada dos decretos que aumentam o IOF

Oito partidos políticos devem acionar o STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quinta-feira (3) pedindo que a derrubada dos decretos que aumentavam algumas alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) seja mantida.

Na semana passada, o Congresso Nacional derrubou, por maioria, as normas do governo federal. Depois, o PSOL e a AGU (Advocacia-Geral da União) acionaram o STF contra a decisão do parlamento e pediram a manutenção dos decretos presidenciais.

Os partidos que devem apresentar uma ação a favor da derrubada dos decretos são: PSDB, Solidariedade, Progressistas, União Brasil, PRD, Republicanos, Podemos e Avante.

“A ação busca assegurar a segurança jurídica e evitar decisões conflitantes nos tribunais sobre o tema, garantindo estabilidade para a economia e para quem depende de crédito no dia a dia. Para os partidos, o Congresso agiu corretamente ao barrar medidas que aumentavam impostos sem passar pelo devido processo legislativo”, sustentam as legendas.

Em 25 de junho, o Congresso Nacional aprovou um projeto que sustou decretos do governo federal sobre o IOF. A ação gerou críticas por parte do Executivo, que viu uma ação combinada entre Câmara e Senado. A votação foi anunciada de surpresa na noite anterior, às 23h30, pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), nas redes sociais.

O governo federal judicializou o caso nesta semana. Mas, antes disso, o PSOL se antecipou, alegando que a ação do Congresso é inconstitucional, pois interferiu em uma decisão que é de competência do presidente da República.

“O referido decreto presidencial limitou-se a exercer competência expressamente conferida pela própria Constituição Federal ao Poder Executivo, não havendo qualquer desrespeito ao limite de atuação normativa”, defendeu o PSOL.

O Congresso entende que o imposto não pode servir para fins arrecadatórios, que é o que o governo estava fazendo a fim de ajudar no cumprimento da meta fiscal.

Na ação apresentada ao STF, o PSOL diz que, mesmo com reflexos arrecadatórios, a majoração do IOF por decreto presidencial é constitucional, pois o imposto é um marcadamente extrafiscal (voltado à regulação do crédito, câmbio e mercado financeiro), e sua função arrecadatória é uma consequência lógica.

Assim, o PSOL entende que a Constituição permite a mudança no IOF por meio de decreto, legitimando o Poder Executivo “a alterar as alíquotas do IOF dentro dos limites legais, com base em objetivos de política monetária e fiscal”.

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista