Brasil 17/05/2025 08:48
Gilmar Mendes indicou seis diretores para a CBF, revela revista
A atuação do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), vai além das decisões que barraram por duas vezes a destituição de Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Segundo reportagem da revista Piauí, pelo menos seis integrantes da atual cúpula da entidade foram indicados ou têm vínculos com o Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) — instituição privada da qual Gilmar é sócio.
O IDP possui um contrato de 10 anos com a CBF para organizar os cursos da CBF Academy, o braço educacional da entidade.
Entre os indicados pelo ministro está Hugo Teixeira, assessor especial de Ednaldo. Teixeira já atuou como braço-direito de Francisco Schertel Mendes, conhecido como Chico Mendes, filho de Gilmar e gestor do IDP.
Também integram a lista:
A atuação do ministro do STF em decisões judiciais que beneficiaram Ednaldo, combinada com essas nomeações, reforça a percepção de que há uma influência direta da cúpula do Judiciário nas estruturas internas da confederação de futebol.
Desde 2022, Ednaldo mantinha uma sede extraoficial da CBF em Brasília, voltada a resolver pendências jurídicas e fortalecer a interlocução política. A unidade operava como uma espécie de “QG” jurídico e institucional da entidade.
Um dos episódios mais controversos foi o desbloqueio de R$ 52 milhões para pagamento de uma indenização de R$ 21 milhões ao clube cearense Icasa.
O advogado responsável pela liminar que viabilizou o pagamento recebeu R$ 5,7 milhões à vista, mesmo sem cláusula de êxito contratual — prática comum no mercado.
A liminar foi obtida em um único dia, embora o tempo médio de julgamento no Superior Tribunal de Justiça (STJ) seja de 55 dias, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Diante das denúncias, parlamentares começam a articular uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a estrutura de poder da CBF.
O deputado federal Sargento Gonçalves (PL-RN), que faz parte do grupo que apoia o requerimento do deputado Coronel Meira (PL-PE) para criação da CPI, declarou:
“Esta estrutura da CBF em Brasília é um sinal claro de que a entidade está buscando influência direta no meio político e institucional. Isso pode significar lobby, pressão indevida e tentativa de moldar decisões públicas em favor de interesses privados. Essa movimentação precisa ser vigiada com atenção, especialmente diante das denúncias que envolvem a atual gestão.”
Apesar do respaldo político e jurídico, Ednaldo Rodrigues foi novamente afastado da presidência da CBF por decisão do desembargador Gabriel Zéfiro, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
O magistrado apontou indícios de falsificação na assinatura do ex-presidente Antônio Carlos Nunes de Lima no documento que sustentava o acordo judicial que mantinha Ednaldo no poder — homologado por Gilmar Mendes.
Deu em ContraFatos
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