O Departamento de Defesa dos Estados Unidos confirmou, na segunda-feira (5), que o país voltou a realizar testes de voos hipersônicos reutilizáveis após quase seis décadas desde o fim do programa X-15.
Os experimentos já foram conduzidos com o veículo Talon A2 em duas ocasiões diferentes, uma em dezembro de 2024 e outra em março de 2025.
Em comunicado, a autoridade indica que o drone autônomo foi desenvolvido pela empresa privada Stratolaunch, dentro do projeto Multi-Service Advanced Capability Hypersonic Test Bed (MACH-TB), apoiado pelo Pentágono. A iniciativa visa acelerar o desenvolvimento de armas hipersônicas por meio de plataformas de teste disponíveis comercialmente.
Nos testes, Talon A2 mostrou-se capaz de se lançar do porta-aviões Roc, sobrevoar o Oceano Pacífico, atingir velocidades superiores a Mach 5 e aterrisar em segurança na Califórnia. A marca, que equivale a aproximadamente 6.175 km/h, é considerada o limite da velocidade supersônica (isso é, uma velocidade mais rápida do que o próprio som).
MACH-TB
“Demonstrar a reutilização de veículos de teste hipersônicos totalmente recuperáveis é um marco importante para o MACH-TB”, explica George Rumford, diretor do Departamento de Defesa dos EUA. “Os ensinamentos desta campanha de testes nos ajudarão a reduzir o tempo de resposta dos veículos de meses para semanas”.
Assim, na prática, o MACH-TB acelera a entrega de capacidades hipersônicas avançadas aos combatentes, fornecendo às agências federais, à indústria e à academia a capacidade de conduzir experimentos hipersônicos. Isso significa testar componentes de sistemas hipersônicos de forma acessível e rápida.
Como destaca o site Space News, armas hipersônicas tornaram-se prioridade para o Pentágono em meio a preocupações com os avanços da China e da Rússia. Esses sistemas são projetados para manobrar em pleno voo e escapar das defesas antimísseis tradicionais, levando os EUA a acelerar seus próprios programas de desenvolvimento e implantar redes de defesa.
No passado, o programa de pesquisa hipersônica X-15 foi uma colaboração entre a Nasa, a Força Aérea e a Marinha dos EUA. Ele operou por quase 10 anos e estabeleceu um recorde de velocidade de Mach 6,7, tendo contribuído para o desenvolvimento das missões Mercury, Gemini, Apollo e do Ônibus Espacial.