Política 07/05/2025 04:49
Após demissão de Lupi, bancada do PDT na Câmara decide deixar a base do governo Lula
A bancada do PDT na Câmara decidiu nesta terça-feira deixar a base aliada do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
A saída ocorre quatro dias após Carlos Lupi deixar o Ministério da Previdência em meio à investigação que apura descontos indevidos nas aposentadorias de beneficiários do INSS.
O ex-deputado Wolney Queiroz, que também é filiado ao PDT foi quem assumiu o posto, mas como uma indicação pessoal de Lula. É a primeira baixa entre as siglas que integram o governo. O partido tem 17 deputados na Casa.
Segundo o líder do PDT, deputado Mario Heringer (MG), apesar de deixar a base aliada, o partido não atuará como oposição, mas com “independência” em relação ao Palácio do Planalto.
Heringer afirmou que a decisão não significa um “rompimento total”, pois ainda estarão abertos a dialogar com o governo.
— Demos o primeiro passo, que é nos tornarmos independentes. Foi uma decisão unânime da bancada. Por que não vamos ficar na base do governo? Porque o governo não deu reciprocidade, não cuidou de proteger (o ministro). Já estávamos em um clima muito ruim. Se existe a história da gota d’água, a gota d’água foi essa. O governo deixou o nosso partido fritando, sem defesa — disse Heringer.
Segundo o deputado, apesar de não haver restrições ao nome de Wolney, a saída de Lupi representou “a gota d’água” para uma relação já desgastada. Deputados argumentaram que o governo já vinha deixando o partido no fim da fila de distribuição de emendas, pedidos de cargos e priorização de projetos de lei sugeridos por nomes da bancada.
A saída do PDT da base aliada na Câmara ocorre em um momento de fragilidade na relação de Lula com o Congresso.
Após queda em sua popularidade nos últimos meses, siglas que integram o governo iniciaram movimentos para se descolar do Palácio do Planalto e colocam em dúvida o apoio à sua reeleição em 2026.
No mês passado, por exemplo, discordâncias no União Brasil levaram o líder da sigla na Câmara, Pedro Lucas Fernandes (MA), a rejeitar convite para assumir o Ministério das Comunicações.
Heringer avalia que a decisão da bancada por manter independência na Câmara também pode se refletir em 2026 e disse que existe a possibilidade de o partido não apoiar a reeleição de Lula.
O deputado defendeu “caminhos alternativos” e disse que Ciro Gomes (CE), nome da legenda nas eleições de 2022, declarou que pode ser candidato à Presidência novamente no ano que vem. Ciro é oposição a Lula, mas o partido declarou apoio ao petista no segundo turno contra Jair Bolsonaro.
— Em 2026 existe a possibilidade de não estarmos com Lula. Podemos tentar um novo caminho, mas pela centro esquerda. Se queremos evitar a polarização, temos que criar o espaço da não polarização. O Ciro anunciou que pode ser candidato — afirmou o líder.
Os deputados do PDT se reuniram na manhã de hoje e deliberaram sobre a permanência ou não na base governista. O ex-ministro Carlos Lupi estava no encontro. De acordo com os presentes, Lupi se mostrou abalado e disse: “podem continuar me virando de cabeça para baixo, não vão achar nada ilegal”.
Deu em O Globo
Descrição Jornalista
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