A empresa farmacêutica Eli Lilly, responsável pela fabricação de medicamentos como o Mounjaro, principal rival de Ozempic e Wegovy, anunciou nesta quinta-feira (17) o sucesso do seu ensaio clínico ACHIEVE-1.
O teste visava desenvolver um comprimido do receptor de peptídeo semelhante ao glucagon-1 (GLP-1).
Se aprovada, a pílula Orforglipron, como foi batizada, poderá servir como uma alternativa às injeçõesno tratamento de quadros de diabetes, bem como na perda de peso.
“O ACHIEVE-1 é o primeiro de sete estudos de fase 3 que examinam a segurança e a eficácia do Orforglipron em pessoas com diabetes e obesidade”, explica David Ricks, CEO da Lilly, em comunicado.
“Estamos satisfeitos em ver que nosso mais recente medicamento à base de incretina atende às expectativas de segurança e tolerabilidade, controle glicêmico e perda de peso. Aguardamos ansiosamente a divulgação de dados adicionais ainda este ano”.
Efetividade do tratamento
Nos experimentos comparativos do princípio ativo com um placebo em voluntários adultos diagnosticados com diabetes tipo 2, constatou-se que a pílula de Orforglipron reduziu os níveis de hemoglobina glicada (A1C) em uma média de 1,3% a 1,6%. O resultado positivo foi obtido após apenas 40 semanas de uso.
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Por meio dos exames atestou-se que mais de 65% dos participantes tratados com a dose mais alta do medicamento (36 mg) atingiram uma A1C menor ou igual a 6,5%. Tal concentração de açúcar no sangue está abaixo do que a Associação Americana de Diabetes (ADA) define como o limite para o diabetes.
Além disso, de acordo com os especialistas, os pacientes que tomaram a dose mais alta do remédio ainda demonstraram uma impressionante perda de peso, calculada em aproximadamente 7,2 kg. Nos cuidados com doses menores, 3 mg e 12 mg, o emagrecimento foi calculado em 4,2 kg e 5,2 kg, respectivamente.
Vale destacar que os indivíduos não haviam atingido um platô (manutenção de evolução) de peso no momento do término do estudo. Assim, os dados sugerem que a redução total de peso ainda poderia ser até maior com abordagens de cuidados mais extensas.
Seus efeitos colaterais mais comumente relatados foram problemas gastrointestinais leves a moderados. Isso inclui episódios de diarreia, náusea, indigestão, constipação e vômito.
Futuro do medicamento
A partir dos resultados do ensaio, a empresa planeja agora submeter o Orforglipron à avaliação da Administração Federal de Alimentos e Medicamentos (FDA) – o equivalente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) dos Estados Unidos – para viabilizar o seu uso como um remédio para o diabetes tipo 2.
Já para o seu uso no controle de peso, a Lilly pretende enviar o princípio às agências reguladoras globais.
“Se aprovado, estamos confiantes de que o Orforglipron poderá ser lançado em todo o mundo sem restrições de fornecimento”, escreveu a farmacêutica no comunicado à imprensa.
“Isso fortalecerá a missão da Lilly de reduzir doenças crônicas como o diabetes tipo 2, que deve afetar cerca de 760 milhões de adultos até 2050”.