– A torcida tem direito a se manifestar, é um direito democrático e público e o treinador tem que saber viver com isso. Agora, o treinador também tem que saber as decisões que toma em consciência. Estávamos perdendo por 2 a 1, o Gregore é mais defensivo que o Marlon, e aquilo que me interessa é exatamente levar a equipe para a frente. Quando eu entendo que a equipe adversária está cada vez mais recuada, tem cada vez menos jogadores à frente e cada vez mais jogadores dentro da área, não me interessa ter dois zagueiros, um meia mais defensivo e dois laterais que muitas das vezes são dois extremos. Então, eu tenho que tomar as decisões em consciência do conhecimento dos meus jogadores, da minha experiência de vida e da forma como eu leio o jogo – iniciou.
– Falar antes e criticar antes é um fato, depois a verdade é que eu acho que é unânime, eu acho que a equipe melhora depois das movimentações, depois das substituições, a equipa melhora, acho eu, na minha visão do jogo. Também aceito quem pense o contrário, mas o volume do jogo ainda se acentuou mais, o critério de posse melhorou, fomos mais verticais nem que seja por fora e continuamos a gerar até mais situações de finalização. Portanto, a torcida é soberana, tem direito a se manifestar e ponto final, quanto a isso é a vida do técnico, do jogador, do presidente, do diretor, de quem anda nesta vida profissional. Agora, nós temos é que tomar decisões em consciência, e a consciência é analisar a minha equipe, analisar o jogo e tomar decisões para que a equipe melhore e a verdade é que a equipe melhorou – continuou.
– A torcida está revoltada com o resultado, óbvio, porque queria ganhar como nós também queremos e nós também estamos revoltados, custa-nos é olhar para este jogo e dizer assim: “Cara, fizeste um número de finalizações suficientes para ganhar este jogo e não ganhaste”. Essa é que é a questão que me deixa triste e o que eu levo para casa – concluiu Paiva.
Renato Paiva também explicou que algumas substituições são feitas por questões físicas, até pela sequência de jogos que o Botafogo vem vivendo nesse começo de temporada 2025 no “calendário textoriano”.
– Muitas das vezes a revolta da torcida, das substituições, é que tu tiras os jogadores que são titulares, ou têm sido titulares, por exemplo, o Artur e o Gregore têm sido jogadores com uma utilização massiva dentro da equipe, e as pessoas também têm que pensar que os jogadores, não é só estar lá o nome, às vezes o desgaste é tanto que está lá o nome, mas o jogador já não está. Como eu tenho banco, tenho que ir buscar gente que venha fresca, que agite, que mude a cara do jogo, foi isso que tentamos com o Jeffinho, foi isso que tentamos com um outro 9, com uma linha defensiva baixa, com o Patrick mais ofensivo, meter o Savarino por dentro… É olhar para o jogo e tomar decisões, tem que tomar decisões, e quando tu substituis um jogador que a torcida gosta, a torcida critica porque gosta dele, mas a torcida tem que pensar que eles são seres humanos. Por exemplo, Gregore e Marlon, os dois zagueiros têm jogado os jogos todos praticamente, eu tiro aos 15, tiro aos 10, há outros que eu não tiro, mas eu tenho que fazer essas substituições para melhorar – frisou Paiva.