O ex-presidente Jair Bolsonaro (foto) orientou aliados a não defenderem o impeachment de Lula nos atos convocados para 16 de março. \
A estratégia da oposição, segundo organizadores, é desgastar o governo até a eleição de 2026, e não pressionar pela saída imediata do petista.
Os motes escolhidos para as manifestações foram “Anistia já” e “Fora Lula 2026
“Foi o Lula que disse que quer o povo na rua, não foi? Então, já que ele convocou, terá. A gente estava tranquilinho, mas ele fustigou”, disse o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), ao Estadão.
Ele afirmou que as manifestações ocorrerão em todas as capitais e algumas cidades do interior.
Nos bastidores, aliados de Bolsonaro admitem que um processo de impeachment não teria apoio político nem tempo suficiente para tramitação no Congresso.
Além disso, há o receio de que um eventual afastamento fortaleça o vice-presidente Geraldo Alckmin, que poderia reorganizar a base governista com apoio do Centrão.
Mesmo descartando o impeachment como pauta oficial, Bolsonaro, como mostramos, mencionou o termo em entrevista ao canal Brazil Talking News, ao falar sobre temas do protesto.
“Eu devo estar no Rio de Janeiro. [A pauta] vai ser o quê? Anistia e as questões nacionais. Outros vão ser impeachment, outros vão ser outro assunto qualquer.”
O ex-presidente confirmou presença em ato no Rio de Janeiro, organizado pelo pastor Silas Malafaia.
Já a manifestação na avenida Paulista, que tem a deputada Carla Zambelli (PL-SP) entre os principais nomes, deve ser ignorada pelo ex-presidente.
Elon Musk
O clima de entusiasmo entre bolsonaristas aumentou após Elon Musk, chefe do Departamento de Eficiência Governamental dos Estados Unidos e dono do X, compartilhar uma publicação sobre uma “onda nacional de protestos” que ocorrerá em mais de 120 cidades brasileiras em 16 de março.
O post original, feito pelo influenciador digital Mario Nawfal, exibe fotos de protestos que culminaram na queda de Dilma Rousseff em 2016.
Musk acrescentou um “Wow” à postagem original, que ganhou visibilidade rapidamente.
Gleisi Hoffmann, presidente do PT, criticou Musk. “Elon Musk usando o X para comandar um protesto de bolsonaristas aqui no Brasil. Essa gente do inelegível não tem noção do que seja a palavra soberania. Bater continência para a bandeira dos EUA é pouco. Querem entregar de vez o País e nem se envergonham disso”, escreveu.