
Uncategorized 14/02/2025 08:25
Como a falta de técnico e chegada de Caçapa podem moldar o ano do Botafogo? Comentaristas opinam
Alvinegro está sem treinador desde o dia 3 de janeiro e vem encontrando dificuldades para contratar novo nome. Após boa passagem em 2023, Cláudio Caçapa chega para apagar incêndio
Depois de uma temporada histórica em 2024, com os títulos da Conmebol Libertadores e do Campeonato Brasileiro, a expectativa do torcedor do Botafogo era de mais um ano avassalador. O que se viu no início de 2025, porém, deixou a desejar e ligou o sinal de alerta.
O técnico Artur Jorge decidiu aceitar uma proposta do Al-Rayyan, do Catar, e deixou o Alvinegro no dia 3 de janeiro. Mais de um mês depois, o Botafogo continua sem técnico e colecionando maus resultados. Sob o comando de Carlos Leiria, o clube venceu quatro e perdeu cinco jogos no Campeonato Carioca e amargou o vice da Supercopa Rei para o Flamengo.
Cláudio Caçapa será auxiliar técnico permanente do Botafogo — Foto: André Durão
Com atuações ruins e longe do esperado, a direção alvinegra decidiu entrar em ação e promoveu o retorno de Cláudio Caçapa, que dirigiu o Botafogo com sucesso interinamente no meio de 2023, após a saída de Luís Castro. Após passagem frustrada pelo RWD Molenbeek, da Bélgica, clube que faz parte da holding de John Textor, ele chega para ser auxiliar permanente e assume a equipe enquanto um novo treinador não é contratado.
Diante deste cenário, o ge convidou os comentaristas Jéssica Cescon, Rodrigo Coutinho e Pedro Moreno a responderem à pergunta: o que Caçapa pode trazer para o Botafogo e de que forma ter um “interino do interino” afeta o planejamento do clube? Veja as respostas abaixo.
“Acredito que a chegada do Caçapa, num primeiro momento, é para acalmar um pouco o ambiente de cobrança pelo nome de um treinador. O Caçapa traz a experiência de ter passado pelo Botafogo de maneira interina e de ter tido 100% de aproveitamento num momento que o Botafogo conseguiu continuar jogando bem dentro de sua identidade de jogo.
Mas ainda assim é um interno que o Botafogo traz. Ou seja, fica ainda na expectativa de qual vai ser o treinador que vai chegar e se ele vai acabar dando continuidade a um trabalho que vem desde o ano passado. O Caçapa vai tentar fazer isso, mas não se sabe o nome que virá depois dele. E é por isso que esse planejamento está sendo retardado no início do ano. Eu acho que pode ter um impacto ao longo da temporada.”
“Não acho que é o melhor planejamento, o ideal era vir um treinador. Quando você traz alguém para ser auxiliar técnico da comissão, essa pessoa vai estar abaixo do treinador na comissão oficial, que é quem vai ditar a organização. Claro que vai ajudar, dar ideias, ser influente, mas o modelo de jogo do Botafogo de 2025 não vai partir do Cláudio Caçapa.
Por mais que se tenha uma ideia geral de como queira jogar por parte da diretoria, a chegada do treinador é que vai definir esses detalhes. Sinceramente, não entendi a proposta. Acho que a ideia é gerar um fator novo nesse início enquanto não encontra ninguém, com um cara que deu certo num período curto que teve e que tem uma vivência maior de vestiário, pelo fato de ter sido jogador e conhecer alguns nomes do elenco.
Mas eu não me sinto preparado para dizer o que é o Caçapa como treinador. Nos quatro jogos que ficou no Botafogo, ele tentou dar continuidade ao que o Luís Castro fazia, mas a longo prazo isso não se sustenta porque você precisa de método de treino no dia a dia, a forma do treinador ver o jogo… Aquilo a médio e longo prazo não se sustentaria. Não sei se a aposta de hoje tem a ver com isso, mas eu não entendi bem.
Não acho que é a melhor solução, não a vinda para comissão, mas, sim, a vinda para assumir interinamente. Acho que o Botafogo está perdido. Se pegar os números dele no Molenbeek, o clube foi rebaixado na Bélgica. Ele não conseguiu obter resultados. Não posso dizer se foi bom ou não o trabalho porque não vi os jogos, mas o time caiu de divisão. Ficou muitos jogos sem vencer até ele ser demitido. Acho bem arriscado, o Botafogo segue trabalhando de uma forma muito questionável neste início de ano.”
“É importante ressaltar que o retorno de Caçapa, dessa vez, se dá num contexto diferente. De um Botafogo que vem de títulos importantes, mas já se criou uma pressão em torno de tantas incertezas que o clube vive no planejamento da temporada atual.
Em 2023, na curta passagem de 4 jogos com 100% de aproveitamento, Caçapa encontrou um Botafogo deixado por Luis Castro na liderança da tabela, com uma estrutura já organizada, onde ele teve o mérito da manutenção, ampliando a vantagem na liderança.
Hoje o ambiente é diferente. O time dá sensação de ter perdido, junto do comando técnico, a solidez e o equilíbrio, que foram marcas da equipe na incrível temporada do ano passado. Então, o trabalho de Caçapa dessa vez vai muito além de manter o bom funcionamento de uma engrenagem. Agora, é necessário consertar uma engrenagem que ainda carece de novas e boas peças pra repor as excelentes que saíram.
E será injusto que haja qualquer cobrança depositada na conta de mais um interino. A cobrança deve ser feita sobre quem atrasou o planejamento de um clube que estava absolutamente nos trilhos.”
Descrição Jornalista
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