Uncategorized 14/02/2025 12:00
Armínio Fraga alerta: “economia do Brasil é de paciente na UTI”
Ex-presidente do Banco Central critica política econômica e destaca necessidade de mudanças no cenário fiscal
Durante um seminário promovido pelo Instituto de Estudos de Política Econômica/Casa das Garças, nesta quarta-feira (12), no Rio de Janeiro, o ex-presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, fez duras críticas à situação econômica do Brasil.
Em tom alarmante, ele comparou a economia do país a um “paciente na UTI”, destacando os desafios enfrentados e a necessidade de ajustes urgentes na política fiscal.
Segundo Fraga, os juros futuros estão “na lua, a perder de vista”, e o Banco Central não conseguirá, sozinho, estabilizar a economia sem o apoio da política fiscal. “O Banco Central precisa de ajuda e há só uma coisa que pode ajudar, o fiscal”, afirmou, enfatizando que a política fiscal é essencial para aliviar a pressão sobre a economia.
Ele alertou o atual presidente do BC, Gabriel Galípolo, que estava presente no evento, sobre a necessidade de convencer o governo a agir de forma decisiva.
“O remédio (a taxa de juros) vai funcionar, ele sempre funciona. Mas você, como presidente do Banco Central, vai tomar um suco amargo, e, como uma pessoa de confiança das altas autoridades do nosso país, talvez possa convencê-las de que não tem mágica. Tudo que aconteceu é muito bom, o desemprego está baixo, mas é um sonho, a festa acabou, e o BC não faz milagres”, ressaltou.
Fraga ainda destacou a importância de mudanças no “mix macroeconômico”, mas demonstrou ceticismo ao afirmar que isso “não parece estar na agenda” do governo.
Gabriel Galípolo, que assumiu a presidência do Banco Central em janeiro, reconheceu os desafios enfrentados pela economia brasileira, mas defendeu a capacidade da instituição de ajustar a política monetária para conter a inflação. “O remédio vai funcionar”, afirmou, referindo-se ao impacto das taxas de juros sobre o cenário econômico.
Ele também destacou as dificuldades de comunicação da autoridade monetária.
“É um desafio pessoal mesmo conseguir encontrar o limite do que cabe à autoridade monetária falar”, afirmou Galípolo. Apesar das limitações, ele reforçou que tem tido espaço para explicar as reações do mercado e os impactos sobre os preços e ativos.
O evento também contou com a presença de Pedro Malan, ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda. Malan destacou os desafios externos que o Brasil enfrentará nos próximos anos, especialmente diante das incertezas internacionais intensificadas por eventos como a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.
“Se tinha alguma dúvida, nas últimas três semanas ficou claro que, para o próximo quadriênio, o mundo estará mais eivado de incertezas e perigos”, declarou Malan. Ele defendeu que o governo brasileiro deve trabalhar para reduzir as incertezas internas e fortalecer a economia em um cenário mundial cada vez mais instável.
As falas de Fraga, Galípolo e Malan destacam as dificuldades enfrentadas pela economia brasileira. Enquanto Fraga reforçou a necessidade de ajustes fiscais para apoiar o trabalho do Banco Central, Galípolo defendeu o papel da política monetária, mas reconheceu suas limitações.
Já Malan trouxe à tona o impacto das incertezas globais e a urgência de fortalecer a posição do Brasil em um contexto internacional cada vez mais complexo.
A crítica de Armínio Fraga à condução econômica atual ganha destaque porque o ex-presidente do Banco Central declarou publicamente, em 2022, que votaria em Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições presidenciais.
À época, Fraga justificou sua decisão como uma forma de oposição ao governo de Jair Bolsonaro.
No entanto, as críticas feitas agora à gestão fiscal e econômica colocam em xeque a escolha, uma vez que ele admite que “o mix macroeconômico precisa mudar”, sinalizando insatisfação com a condução da política econômica no governo Lula.
Descrição Jornalista
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