Comportamento 15/12/2024 12:35
Por que choramos ao ficarmos tristes e também quando estamos felizes?
Especialista em Medicina Molecular detalha o processo de como choramos e explica como o choro também está associado a fortes emoções positivas
Você já percebeu que, tanto nos momentos mais tristes quanto nos mais felizes, as lágrimas molham seus olhos? É engraçado como nosso corpo responde da mesma forma a emoções tão diferentes.
Vamos descobrir juntos por que isso acontece e, no processo, entender um pouco mais sobre a natureza e a função das lágrimas.
As lágrimas são muito mais que água salgada. Produzidas pelas glândulas lacrimais, localizadas logo acima de cada olho, têm uma função tão importante quanto a lubrificação que mantém a superfície ocular úmida, algo vital para que tenhamos uma visão clara e confortável.
E se isso não bastasse, também eliminam partículas de poeira, sujeira e microorganismos que podem danificar nossos olhos e fornecem oxigênio e nutrientes à córnea, a camada frontal transparente do nosso órgão de visão.
Superficialmente, todos parecem iguais, mas existem três tipos principais:
Chorar é uma resposta humana universal. Desde bebês usamos o choro como forma de comunicação. Mas o que acontece em nosso corpo que nos faz chorar quando sentimos emoções fortes?
Ao vivenciar uma sensação intensa, nosso cérebro entra em ação. A amígdala, uma pequena estrutura cerebral responsável pelo processamento das emoções, envia sinais ao hipotálamo, que por sua vez ativa o sistema nervoso autônomo. Este sistema controla as respostas involuntárias do nosso corpo, como frequência cardíaca, respiração e, claro, produção de lágrimas.
O resultado é que as glândulas lacrimais recebem o sinal para gerar lágrimas e começamos a chorar.
A tristeza é uma emoção poderosa. Quando nos sentimos tristes, nosso corpo libera hormônios e neurotransmissores associados ao estresse, como o cortisol. Chorar pode ser uma forma de liberar um pouco do estresse acumulado.
Alguns estudos sugerem que as lágrimas emocionais contêm níveis mais elevados de certas proteínas e hormônios relacionados precisamente ao estresse. Ao chorar estamos removendo fisicamente essas substâncias do nosso corpo, o que pode nos ajudar a nos sentir melhor depois.
E então, por que choramos de felicidade? Parece contraditório, certo? Quando experimentamos uma alegria avassaladora, como encontrar um ente querido ou receber boas notícias, nosso corpo também experimenta uma onda de emoções e mudanças químicas. A intensidade do sentimento, embora positiva, pode ser tão forte que desencadeia a mesma resposta física da tristeza.
Chorar de alegria nos ajudaria a administrar e processar sentimentos poderosos, evitando que nos sobrecarregassem.
Além das funções físicas, as lágrimas desempenham um papel importante na comunicação humana. São um sinal visível de que estamos vivenciando uma emoção intensa. Isso permite que as pessoas ao nosso redor entendam como nos sentimos, mesmo sem palavras.
Também nos ajudam a fortalecer os laços com as pessoas que nos rodeiam: ao mostrar vulnerabilidade através do choro, podemos aproximar-nos dos outros. Nossos colegas geralmente respondem com empatia e apoio, o que fortalece as relações sociais.
É fundamental lembrar que chorar é uma resposta natural e saudável. Não há nada de errado em mostrar nossas emoções.
Em suma, choramos quando estamos tristes e quando estamos felizes porque as nossas lágrimas são uma resposta física a emoções intensas, sejam elas negativas ou positivas. As lágrimas nos ajudam a processar essas emoções, aliviar o estresse e comunicar aos outros como nos sentimos.
Quando você sentir lágrimas nos olhos, seja por causa de um filme triste ou porque recebeu uma ótima notícia, lembre-se de que é uma parte natural e saudável do ser humano. É uma forma de nosso corpo e mente trabalharem juntos para nos manter equilibrados e conectados com as pessoas ao nosso redor.
*Este artigo foi publicado originalmente em espanhol no site The Conversation pelo doutor em Medicina Molecular Álvaro Carmona, Coordenador acadêmico e docente na Universidade Loyola Andalucía, na Espanha.
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