Ciência 21/11/2024 16:16
Dia Mundial da Filosofia: descubra 5 filósofos essenciais que você precisa conhecer
Esses homens e mulheres desenvolveram formas de pensar cruciais para o desenvolvimento da humanidade. Os conceitos apresentados por eles estão intimamente ligados com a existência na modernidade.
“A filosofia fornece as bases conceituais dos princípios e valores dos quais depende a paz mundial: democracia, direitos humanos, justiça e igualdade, ajudando a consolidar esses fundamentos autênticos de coexistência pacífica”.
É assim que a Unesco – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – define esta prática de pensamento e diálogo que está presente desde a Antiguidade.
Da mesma forma, o Dia Mundial da Filosofia, celebrado anualmente toda terceira quinta-feira de novembro e instituído como efeméride oficial pela ONU (Organização das Nações Unidas) desde 2005, tem o intuito de fomentar o pensamento crítico filosófico.
“A filosofia é algo que ajuda cada indivíduo a refletir sobre as diferenças entre as pessoas e também é um recurso para lidar com as incertezas que o mundo apresenta na atualidade”, descreve um artigo de National Geographic sobre o tema.
De olho na efeméride, National Geographic consultou Guilherme Spadini, médico psiquiatra e Mestre em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP), psicoterapeuta e também professor da The School of Life, em São Paulo.
Spadini lança mão dos ensinamentos filosóficos tanto em sala de aula como em terapia e, por isso, pedimos a ele uma seleção de cinco filósofos conectados com as adversidades e complexidades do mundo moderno.
A seguir, conheça os nomes selecionados e por que são tão relevantes para o agora.
FOTO DE DOMÍNIO PÚBLICO WORLD HISTORY ENCYCLOPEDIA
“A seleção de filósofos foi difícil de ser feita porque para cada um que entrava na lista tinham outros quatro ou cinco de igual importância, no mínimo”, diz Spadini. Por isso, o especialista escolheu nomes menos óbvios para se conhecer e aprofundar. Acompanhe abaixo:
Epíteto ou Epícteto (50 – 130 d. C.)
“O estoicismo é uma das escolas de filosofia mais influentes até hoje”, explica Spadini. “É mais comum, no entanto, que se leia filósofos estóicos como Marco Aurélio e Sêneca.
Por isso, cito Epíteto, que foi um filósofo escravo. Ele não deixou nada escrito, mas seus discursos – ou as “Diatribes de Epíteto” – foram compilados na Antiguidade e são o mais claro manual da filosofia estóica”, explica.
“O estoicismo faz uma ponte importante entre as filosofias ocidentais e orientais, discutindo as noções de desapego e aceitação como essenciais para a felicidade. São ideias extremamente influentes até hoje, tanto no pensamento filosófico quanto religioso”, completa.
Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844 – 1900)
“Nietzsche talvez seja o mais pop dos filósofos e é difícil deixá-lo de fora de qualquer lista”, diz Spadini ao referir-se ao estudioso alemão que se tornou “um dos mais influentes de todos os pensadores modernos”, como explica a Encyclopedia Britannica (plataforma online de conhecimentos gerais baseada no Reino Unido).
“Alguns de seus livros de maior impacto, como ‘Humano, Demasiado Humano’ e ‘Assim Falou Zaratustra’, são escritos em aforismos, parágrafos curtos que encerram um pensamento e fazem sentido em si mesmos”, explica o professor.
Ele também comenta que os aforismos de Nietzsche são frequentemente mais profundos e influentes que livros inteiros de outros grandes filósofos.
“Nietzsche foi um perturbador, um rebelde que atacava a filosofia e a moralidade. Ele enxergou como ninguém a ameaça do niilismo que, já em seu tempo, prenunciava a modernidade”, detalha.
FOTO DE MEDICAL HERITAGE LIBRARY (CC BY-NC-SA 2.0)
Hannah Arendt (1906 – 1975)
A escritora, filósofa e cientista política judia nascida na Alemanha e radicada nos Estados Unidos, após chegar ao país fugindo da Segunda Guerra Mundial, é conhecida por “seus escritos críticos sobre assuntos judaicos e por seu estudo do totalitarismo”, afirma a Britannica.
Spadini conta que sua obra mais conhecida, “Eichmann em Jerusalém“, foi escrita a partir de seu trabalho jornalístico nos julgamentos dos antigos oficiais nazistas, desenvolvendo o conceito de banalidade do mal.
“É uma obra essencial pela profundidade do pensamento, pela qualidade literária e até pelo interesse histórico. Mas Hanna foi também uma das teóricas políticas mais influentes do século 20, dissecando os conceitos de ideologia e totalitarismo em profunda relação com a psicologia humana”, detalha Spadini.
Henry Thoreau (1817 – 1862)
“Embora primariamente um escritor e não um filósofo, o norte-americano Henry Thoreau apresentou ao mundo um pensamento profundo e relevante aos tempos modernos, desenvolvendo temas como a individualidade, simplicidade, ética e a relação do ser humano com a natureza”, conta Spadini.
O professor explica que na obra “Walden“, que é a sua principal, e no ensaio crítico “A Desobediência Civil“, Thoreau “defende valores que contrastam com nosso mundo acelerado, materialista, hiperconectado e ansioso”, explica. “Talvez nunca tenhamos vivido tão longe dos ideais de Thoreau, e por isso é tão importante conhecê-lo hoje”.
Philippa Foot (1920 – 2010)
A filósofa britânica contemporânea falecida em 2010 escreveu seu nome na história da filosofia por ter proposto o famoso exercício de pensamento conhecido por o “Problema do Bonde“‘, explica Guilherme Spadini. Segundo o especialista, “o que torna Philippa indispensável” é sua importância no “ressurgimento da chamada ‘Ética da Virtude’”.
“Foot foi uma das principais articuladoras do resgate das noções clássicas de virtude, relendo-as para os tempos modernos. Ela argumentou que a moralidade deve ser entendida em termos de virtudes de caráter, em vez de apenas focar em regras ou consequências das ações”, define Spadini. Ela também “compreendeu as virtudes como as disposições que conduzem ao florescimento humano e das sociedades”, finaliza.
Philippa Foot partiu da ética de Aristóteles para desenvolver seu pensamento crítico, “contribuindo para o renascimento da ética da virtude aristotélica na filosofia contemporânea”, detalha um artigo da Enciclopédia de Filosofia da Universidade de Stanford.
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