Somente meus próprios princípios podem inclinar o equilíbrio de um para o outro.”
No Brasil, acontece
Ele então defende seu histórico como proprietário do jornal desde 2013, desafiando o leitor a “encontrar um exemplo nesses 11 anos em que prevaleci sobre qualquer um no The Post em favor dos meus próprios interesses”. “Não aconteceu”, garante Bezos.
No Brasil, acontece o tempo todo.
Empresários aliados de presidentes e/ou de poderosos togados atuam nos bastidores para impedir jornalistas de darem notícias verdadeiras, mas inconvenientes ao regime de turno, enquanto seus veículos faturam com verbas de publicidade federal, ou suas demais empresas fecham contratos públicos, ou seus grupos de lobby recebem autoridades em eventos financiados por alvos de investigações de corrupção, também eles patrocinadores de diversas emissoras.
No mercado da comunicação brasileiro, que deveria ser “um baluarte contra a intimidação” estatal, prevalece, sobretudo em TV e rádio, uma “teia de interesses conflitantes”, com raros empresários cujos princípios se inclinam para o jornalismo independente e vigilante, em favor da sociedade e do interesse público.
A ocupação quase total dos espaços televisivos e radiofônicos por propagandistas de uma corrente chapa-branca e/ou ideológica de esquerda, cada vez mais desconectada da realidade do povo, como mostraram os resultados das eleições de 2024, ainda agrava o quadro, turbinando uma guerra de narrativas contra seus homólogos de sinal invertido, atuantes nas redes sociais e em emissora órfã das verbas de publicidade do governo anterior.
A dura verdade é que os brasileiros tampouco confiam na mídia mainstream, com o agravante, claro, de que nenhum de seus proprietários parece se importar com isso.