História 15/09/2024 07:39

Patrimônio do Rio Grande do Norte, Casa-grande do engenho Guaporé está abandonada

Localizado em Ceará-Mirim, imóvel é administrado pela Fundação José Augusto (FJA), que afirmou aguardar dotação orçamentária para iniciar restauração.

Parte da história do Rio Grande do Norte, a Casa-grande do engenho Guaporé, em Ceará-Mirim, região metropolitana de Natal, está abandonada.

O local foi fundado na metade do século XIX e, apesar de ser tombado desde 1988 por sua importância cultural, está em condições que afastam visitantes.

Quem ainda arrisca ir até o local, encontra paredes desmoronando, telhado destruído e falta de manutenção nos arredores.

Do lado externo, o mato está presente em todo o espaço, além de enxames de marimbondos, abelhas e vespas.

Casa-grande do engenho Guaporé, em Ceará-Mirim, é tombada como patrimônio desde 1988 pela Fundação José Augusto (FJA) — Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi

Casa-grande do engenho Guaporé, em Ceará-Mirim, é tombada como patrimônio desde 1988 pela Fundação José Augusto (FJA) — Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi

“Eu pensava em encontrar coisas do passado, mas encontrei paredes quebradas, vários insetos. Faz pena”, disse a técnica de enfermagem Maria dos Milagres, que visitou o local nesta semana.

Após seu tombamento, o local passou a ser administrado pelo Governo do Estado através da Fundação José Augusto.

O município passou a ser administrador entre os anos de 1994 e 2010, abrigando o Museu Nilo Pereira – hoje abandonado. Contudo, a partir de 2011, a administração voltou a ser da FJA.

“A casa grande abrigava, além do museu, uma sala do artista. Lá tinham obras doadas por artistas do município. Toda essa importância está prestes a desaparecer, caso não haja uma ação conjunta de diferentes setores”, disse Gerivaldo Moura, historiador e sócio do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (IHGRN).

História

O engenho Guaporé foi fundado na segunda metade do século XIX em um local que era conhecido anteriormente como Sítio Bonito.

O espaço foi dado como dote a Vicente Inácio Pereira no momento em que se casou com Dona Isabel Augusta Duarte Varela, filha do Barão de Ceará-Mirim naquela época.

“Doutor Vicente era médico, político e jornalista. Ele chegou a ser eleito deputado provincial e vice-presidente da província do RN”, apontou o historiador Gerivaldo Moura.

O local traz um aspecto único na região no ponto de vista arquitetônico, com características marcantes da arquitetura francesa. Do ponto de vista histórico e econômico, foi neste local que saíram decisões importantes no incremento da economia açucareira.

Sem manutenção, o mato tomou conta da área externa da casa-grande — Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi

Sem manutenção, o mato tomou conta da área externa da casa-grande — Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi

Deu em G1/RN
Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista