Ciência 14/09/2024 12:22
Esqueceu a palavra que queria falar? A ciência explica
Já passou por uma situação onde você quer falar uma palavra, mas esqueceu-se dela… e ficou com ela “na ponta da língua” por muito tempo?
Já passou por uma situação onde você quer falar uma palavra, mas esqueceu-se dela… e ficou com ela “na ponta da língua” por muito tempo?
Não se preocupe — isso não é sinal de demência, Alzheimer ou doenças degenerativas.
Na verdade, é bastante comum, em todas as línguas e em todos os países.
O fenômeno, chamado letológica, atinge até mesmo quem se comunica através da língua de sinais (no Brasil, LIBRAS), mas, quanto à ciência da coisa, a resposta, ironicamente, também está na ponta da língua — isto é, não foi encontrada. Não de forma satisfatória, pelo menos.
As primeiras pesquisas que tocaram no tema do porquê se esquece foram feitas em 1966, e as primeiras teorias, dos anos 1970 e 1980, acreditavam que a letológica seria o resultado do cérebro escolhendo a palavra errada para falarmos, mas fonologicamente parecida (ou seja, com um som aproximado).
Nos anos 1990, no entanto, com poucas evidências para tal, a hipótese foi abandonada.
Alguns cientistas mergulharam nas teorias de produção do discurso. Falar é um processo complexo e cheio de estágios: primeiro, nosso cérebro escolhe uma palavra abstrata (chamada lema ou lexia) que melhor expresse o sentido do que queremos falar, e lhe dá as propriedades sintáticas necessárias, como classe gramatical.
Então, chega a parte fonológica, quando expressamos as sílabas e fonemas da palavra com a voz. Alguns pesquisadores acreditam que a explicação, então, está no fato de que, na primeira parte do processo, a escolha da lema é feita corretamente, mas a tradução dela em sons falha, e por isso “esquecemos
Ter a palavra na ponta da língua pode ser uma ilusão, segundo os resultados, publicados na revista científica Psychology Today.
Enquanto o fenômeno continua misterioso, há algumas dicas científicas para contorná-lo.
As palavras mais esquecidas, por exemplo, são nomes próprios e vocabulário pouco usado. Palavras como “ábaco” e “marsupial” são normais de se esquecer — se você não se lembra da palavra “caneta”, no entanto, isso pode realmente ser motivo para uma visita ao médico.
Uma estratégia comum é tentar lembrar de palavras com a mesma letra inicial, mas estudos mostram que encontrar a primeira sílaba pode ajudar mais.
Se a palavra começa com “l”, então, é bom tentar pensar em “la”, “le”, “li”, “lo”, “lu” para encontrá-la.
Quanto a nomes, tentar pensar em nomes parecidos é contraproducente, então prefira deixar o cérebro em paz até que ele se lembre sozinho, nestes casos.
Descrição Jornalista
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