Dinheiro 09/09/2024 07:44

Brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bi de valores a receber, diz BC

Sistema de Valores a Receber - SRV- já devolveu R$ 7,67 bi.

Os brasileiros ainda têm R$ 8,56 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro até o final de julho, conforme divulgado pelo Banco Central (BC) dia 6.

Até o momento, o Sistema de Valores a Receber (SVR) já devolveu R$ 7,67 bilhões de um total de R$ 16,23 bilhões disponibilizados pelas instituições financeiras.

Os dados do SVR são atualizados com uma defasagem de dois meses. Em relação aos beneficiários, até o fim de julho, 22.201.251 correntistas já haviam resgatado valores.

Apesar de o número ter ultrapassado os 22 milhões, isso representa apenas 32,8% dos 67.691.066 correntistas incluídos no programa desde seu lançamento em fevereiro de 2022.

Entre os resgatantes, 20.607.621 são pessoas físicas e 1.593.630 são empresas. Por outro lado, ainda restam 41.878.403 pessoas físicas e 3.611.412 pessoas jurídicas que não fizeram o saque.

Valores a receber

A maioria das pessoas e empresas que ainda não retiraram os valores tem direito a pequenas quantias.

Valores de até R$ 10 correspondem a 63,01% dos beneficiários. Montantes entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 25,32%, enquanto quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,88% dos correntistas. Apenas 1,78% têm direito a receber mais de R$ 1 mil.

Após ficar inativo por quase um ano, o SVR foi reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos, um sistema de agendamento renovado e a possibilidade de resgatar valores de pessoas falecidas.

Em julho, foram retirados R$ 280 milhões, um aumento em relação ao mês anterior, quando foram resgatados R$ 270 milhões.

Melhorias

A atual fase do SVR trouxe novidades como a possibilidade de imprimir telas e protocolos de solicitação para compartilhamento no WhatsApp, além de incluir todos os tipos de valores previstos nas normas do sistema.

Foi implementada também uma sala de espera virtual, permitindo que todos os usuários façam a consulta no mesmo dia, sem a necessidade de um cronograma por data de nascimento ou fundação da empresa.

Além disso, o sistema agora permite a consulta de valores de pessoas falecidas por herdeiros, inventariantes ou representantes legais.

Assim como nas consultas de pessoas vivas, o sistema mostra a instituição responsável e a faixa de valor. A transparência também aumentou para quem tem conta conjunta: se um dos titulares solicitar o resgate de um valor esquecido, o outro titular poderá ver detalhes como valor, data e CPF de quem fez o pedido.

Expansão

Desde a última terça-feira (3), o Banco Central permite que empresas encerradas consultem valores no SVR. O resgate, no entanto, não pode ser feito diretamente pelo sistema, sendo necessário que o representante legal envie a documentação para a instituição financeira.

Anteriormente, empresas com CNPJ inativo não podiam acessar o SVR por falta de certificado digital.

Agora, o representante legal pode acessar o sistema usando sua conta pessoal Gov.br (nível ouro ou prata) e assinar um termo de responsabilidade para consultar os valores. Esse processo é semelhante ao usado para consultar valores de pessoas falecidas.

Fontes de Recursos

No último ano, o SVR incluiu novas fontes de recursos esquecidos, como contas de pagamento pré-pagas e pós-pagas encerradas, contas de corretoras e distribuidoras de valores encerradas, entre outros.

Além dessas novas fontes, o sistema abrange valores de contas-corrente ou poupança encerradas, cotas de capital de ex-participantes de cooperativas de crédito, recursos de consórcios encerrados, tarifas e parcelas cobradas indevidamente.

Golpes

O Banco Central alerta os correntistas sobre golpes de fraudadores que oferecem intermediação para resgatar valores esquecidos. O BC reforça que os serviços do SVR são gratuitos, não envia links nem entra em contato diretamente para tratar de resgates ou confirmação de dados pessoais.

Somente a instituição financeira identificada na consulta do SVR pode contatar o cidadão. O BC orienta a nunca fornecer senhas e ressalta que ninguém está autorizado a pedir esse tipo de informação.

Deu em Capitalist/Agência Brasil).

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista