Saúde 11/03/2024 15:28
Tempo de tela pode prejudicar gravemente seus olhos; veja como evitar
Estudo feito na pandemia de Covid-19 mostra que aumento do uso de tela esteve ligado à maior gravidade da doença do olho seco; autores da pesquisa dão dicas de prevenção
Todos os dias, mais e mais pacientes estão buscando atendimento médico após passarem longos dias em frente às telas de computador.
Os sintomas mais comuns incluem olhos irritados ou com coceira e uma sensação de secura ou areia na superfície do olho.
Estes são os sinais característicos da doença do olho seco, que afeta de 5% a 50% da população mundial, dependendo da idade, sexo, etnia e outros fatores. Esta condição pode ter várias causas, mas o estilo de vida desempenha um papel importante.
O uso – e o uso excessivo – de telas é um dos principais fatores.
Piscamos menos ao olhar para computadores, telefones e tablets, e quando o fazemos, nossa piscada muitas vezes é incompleta, o que significa que o olho não se fecha completamente.
As telas também são uma fonte de luz projetada, o que aumenta a temperatura da superfície do olho e aumenta a evaporação das lágrimas.
Na Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha, realizamos um estudo com estudantes universitários que receberam ensino híbrido durante a pandemia de Covid-19: 50% de suas aulas eram presenciais e 50% eram online.
De acordo com os dados que reunimos, o aumento do tempo de tela estava ligado a sintomas mais graves de olho seco. Aqueles que usavam telas por mais tempo fora da aula (mais de 8 horas por dia) apresentavam sintomas mais agudos.
A relação entre o tempo de uso da tela e os sintomas de olho seco. O gráfico compara os sintomas de 6 horas (esquerda), de 6 a 8 horas (meio) e mais de 8 horas (direita) de uso diário da tela em um grupo etário semelhante.
Embora reduzir o tempo de tela seja impossível em certos trabalhos, podemos reduzir a irritação e os problemas seguindo certas recomendações. Um entendimento básico do problema também pode nos ajudar a cuidar dos nossos olhos.
O filme lacrimal é composto por duas camadas. A camada inferior consiste em proteínas e água, e a superior consiste em óleo.
A camada de água é responsável por manter o olho hidratado, enquanto o óleo evita que ele evapore muito rapidamente. Problemas com qualquer uma das camadas podem causar desequilíbrios, impedindo que sejam distribuídas uniformemente e levando à irritação.
As pálpebras são responsáveis por manter o filme lacrimal uniformemente distribuído, além de fornecer proteção. Piscar menos vezes – o que fazemos ao olhar para uma tela – impede que essa camada seja distribuída adequadamente sobre a superfície do olho.
Em primeiro lugar, muitas vezes não há motivo para pânico: sofrer certos sintomas de olhos secos não significa necessariamente que você tenha a doença do olho seco.
O guia publicado pela Sociedade do Filme Lacrimal e Superfície Ocular deixa muito claro que, além dos sintomas relatados, os pacientes também devem apresentar sinais de dano à superfície do olho.
Um profissional médico determinará se esse dano existe e quais medidas adicionais precisam ser tomadas.
No entanto, existem certos sinais a serem observados. Estes incluem uma sensação de secura, coceira, queimação, irritação ou olhos lacrimejantes. Pesquisadores descobriram que o sintoma mais comum após o uso prolongado de tela é a irritação.
Tomando precauções, podemos garantir que as telas funcionem a nosso favor, não contra nós.
A prevalência das telas em nossa sociedade significa que os sintomas da doença do olho seco são comuns. No entanto, se enfrentarmos esse problema tomando as medidas corretas, isso não precisa afetar nossa qualidade de vida.
*Jacobo García Queiruga é professor interino na área de Optometria na Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha. Belen Sabucedo Villamarín é pesquisadora pré-doutoral em Medicina Molecular do GI-2092 em Optometria na mesma universidade.
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