Mulheres 07/02/2024 08:10

Dispositivo tecnológico é uma resposta da ciência para a detecção precoce de câncer

Uma dessas novidades tecnológicas é um equipamento desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN) e pelo Núcleo Avançado de Inovação Tecnológica (NAVI/IFRN).

Ana Patrícia Furtunato é jornalista e radialista. Durante um autoexame na mama direita, ela identificou uma suspeita que se confirmaria como um caso de câncer.

O fato ocorreu em outubro de 2017, no mês dedicado à prevenção contra o câncer de mama. Ana Patrícia, que na época tinha 34 anos de idade, teve de enfrentar a quimioterapia, a radioterapia e uma cirurgia para a retirada de nódulos.

Em 2018, ela concluiu todas as etapas do tratamento. Ao longo desse processo, usou as redes sociais, em especial o YouTube, para divulgar sua rotina de cuidados com a saúde e, dessa forma, alertar outras mulheres.

“Depois que eu virei paciente oncológica, eu conheci um universo totalmente diferente, que é o universo da oncologia; eu era bombardeada de perguntas e eu meio que encarei como uma missão de vida, contar para as pessoas e fazer esse alerta”, afirmou Ana Patrícia.

Hoje, aos 40 anos, ela é convidada para palestras, concede entrevistas e procura se manter atualizada sobre novas pesquisas na área.

“Nós estamos no século 21, com tecnologias novas nascendo, brotando a cada dia, não faz sentido a gente ter medo de dizer o nome da doença”, enfatizou.

Confira aqui o vídeo com a entrevista completa.

Uma dessas novidades tecnológicas é um equipamento desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN) e pelo Núcleo Avançado de Inovação Tecnológica (NAVI/IFRN).

“O MiRNA é um projeto que visa desenvolver um novo dispositivo para o diagnóstico de câncer. A partir de uma amostra minimamente invasiva, a gente espera diagnosticar diversos tipos de câncer nos pacientes”, esclareceu Leonardo Lima, pesquisador do LAIS/UFRN.

“A gente está trabalhando com três tipos de câncer principais, mama, próstata e colo do útero. Essa plataforma pode ser customizada para detectar outros tipos de câncer, além desses”, declarou, ao avaliar a evolução dessa iniciativa.

Ainda de acordo com Leonardo Lima, o grande diferencial dessa ferramenta é que ela permite a identificação precoce de células cancerígenas com uma pequena amostra de sangue.

Isso possibilita o início oportuno de uma estratégia de tratamento, em uma fase anterior à manifestação dos primeiros sintomas da doença. Confira aqui o vídeo com a entrevista completa.

Ferramenta permite a identificação precoce de células cancerígenas com uma pequena amostra de sangue. Foto: Anderson de Almeida – LAIS/UFRN

Cenário da doença

Dados divulgados, recentemente, pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) da Organização Mundial da Saúde (OMS), mostram que estão previstos mais de 35 milhões de novos casos de câncer em 2050, o que representa um aumento de 77% em relação aos 20 milhões de casos estimados em 2022.

Quando voltamos o olhar para o Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) alertou que o país deve registrar 704 mil novos casos de câncer ao ano, no triênio 2023-2025.

Dentro desse cenário, os especialistas indicam a prática de atividade física, a adoção de hábitos alimentares saudáveis e a redução do consumo de bebidas alcoólicas e do uso do cigarro, por exemplo, como medidas preventivas.

A tecnologia, aplicada à melhoria da qualidade de vida das pessoas, no contexto da Saúde Digital, também deverá ser cada vez mais empregada na prevenção dessa enfermidade.

Antecipar-se ao aumento dessas demandas na área da saúde pública, faz parte do compromisso dos pesquisadores que atuam na cooperação que resultou no MiRNA.

Deu no Portal da UFRN

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista